Análise de Mercado

Vendas no varejo brasileiro ficam estáveis em março, contrariando previsões de queda

Dados do IBGE mostram que expectativa de retração não se confirmou, apesar de setores específicos apresentarem desempenho negativo


Publicado em: 08/05/2024 às 19:40hs

Vendas no varejo brasileiro ficam estáveis em março, contrariando previsões de queda

O setor de varejo no Brasil encerrou o primeiro trimestre com estabilidade nas vendas em março, contrariando as expectativas de uma leve retração após dois meses de alta. O resultado surpreendente foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou uma variação de 0,0% em relação a fevereiro. A projeção anterior, em uma pesquisa realizada pela Reuters, indicava uma queda de 0,1%.

Em comparação com março do ano passado, o crescimento foi de 5,7%, superando a projeção de alta de 5,05%. O bom resultado geral pode ser atribuído a fatores como um mercado de trabalho aquecido, aumento da massa salarial, inflação controlada e uma redução nas taxas de juros, o que favorece atividades relacionadas ao crédito.

Apesar do resultado positivo do varejo como um todo, sete das oito atividades pesquisadas pelo IBGE apresentaram queda nas vendas em março. A maior retração ocorreu no setor de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, que caiu 8,7%. O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, explicou que o resultado foi impactado pela alta do dólar, que aumenta o custo de importações e, consequentemente, os preços desses produtos, reduzindo a demanda.

O setor de Móveis e eletrodomésticos também registrou queda significativa, com um recuo de 2,4% nas vendas. Santos destacou que o setor teve um período de promoções mais intenso nos primeiros meses do ano, o que levou a um ajuste natural em março após um início de ano mais forte.

A única atividade a apresentar crescimento nas vendas foi a de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que teve um aumento de 1,4%. O IBGE afirmou que esse foi o terceiro setor com maior peso na pesquisa, e seu desempenho positivo foi fundamental para a estabilidade do resultado geral.

No comércio varejista ampliado, que inclui atividades de veículos, motos, partes e peças, além de material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas recuou 0,3% em março em relação a fevereiro. As vendas de veículos caíram 1,4%, enquanto as de materiais de construção tiveram uma queda de 0,4%.

Esses dados demonstram uma complexidade no cenário do varejo brasileiro, com oscilações entre diferentes setores e desafios decorrentes da volatilidade do mercado cambial. A estabilidade nas vendas do varejo mostra resiliência, mas os resultados individuais por atividade indicam a necessidade de monitoramento constante para entender as tendências de consumo no país.

Fonte: Portal do Agronegócio

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