Análise de Mercado

Valor do gado alavancará leilão na Expointer

Preços mais valorizados do País e oferta que não dá conta da demanda do mercado


Publicado em: 15/08/2014 às 15:00hs

Valor do gado alavancará leilão na Expointer

Esse ambiente favorável deve alavancar os negócios no leilão de novilhas e ventres na 37ª Expointer, em Esteio, apostam pecuaristas, Federação da Agricultura (Farsul) e setor de leilões. A oferta vai à pista em 4 de setembro no Parque de Exposições Assis Brasil. Até agora estão confirmados, segundo a Farsul, 600 animais em pista. Com o bom momento de cotação do boi gordo na praça gaúcha, a perspectiva é de elevação da oferta para comercialização.

A projeção dos dirigentes é de superar a receita em negócios no evento em 2013, que somou R$ 612 mil com negociação de 505 animais. As entidades e produtores apostam que haverá também maior oferta de crédito de instituições financeiras para aquisições de animais. Há carência de linhas mais baratas destinadas a esse tipo de financiamento. Mas a cultura de pecuaristas é de bancar com recursos próprios, alimentados pela renda na área de grãos. O subsecretário do parque na pasta de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), Adeli Sell, que estava no lançamento do leilão, prometeu buscar alternativas de crédito.

O leiloeiro que comandará a sessão organizada pela Santa Úrsula, em Esteio, a partir das 19h, Alexandre Crespo, ressaltou que a atração para os animais tem relação com a busca da qualidade o plantel gaúcho, com base genética principalmente de raças britânicas. “É o que os frigoríficos que atuam nesse mercado diferenciado querem”, cita o leiloeiro. O primeiro vice-presidente da federação, Gedeão Pereira, reforçou que a diferenciação da carne local, reabertura de exportações a países como Rússia e China e maior integração entre pecuária e lavoura (considerando a nova fronteira agrícola da soja na Metade Sul gaúcha) criaram condições para expansão e mais negócios em bovinos de corte.

Pereira lembrou que a arroba no mercado local já alcançou os R$ 133,00, acima dos R$ 123,00 em Barretos. O dirigente destacou que ganhará mais importância a repadronização do rebanho. “É a britanização”, definiu Pereira, que valorizou o apoio de associações ligadas às raças Devon, Angus e Hereford. A alteração, a partir da introdução e cruzamentos com zebuínos, teria gerado o impacto. Mesmo assim, a Farsul, assegurou que na mostra Vitrine da Carne, que é tradicional na Expointer, terá espaço para zebuínos. “Vamos poder provar e conhecer o sabor dessa carne”, citou o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, que antevê polêmica nessa discussão sobre o rebanho gaúcho.

“Temos a carne de qualidade que a indústria busca”, avisou Pereira, que apontou a redução de rebanhos nos Estados Unidos (85 milhões de cabeças) e na Argentina (estacionada em 40 milhões de animais), como janela para ampliar espaço do produto brasileiro. O Brasil soma mais de 200 milhões de cabeças de bovinos. Hoje, produtores vendem terceiros ao Sudeste que paga melhores preços, que gera escassez de animais ao abate das plantas gaúchas, com ociosidade média de 60%, segundo o setor industrial.

Fonte: Jornal do Comércio

◄ Leia outras notícias