Publicado em: 06/07/2018 às 18:00hs
Brasil caminha para ser o maior produtor de alimentos do mundo
Logo após a supersafra 2016/2017, que ultrapassou todas as expectativas e chegou a 237 milhões de toneladas de grãos, o Brasil acaba de colher a safra 2017/2018, com números menores, mas muito longe de serem ruins. Responsável por 23,5% do PIB nacional, o agronegócio é, indiscutivelmente, alavanca para a economia brasileira e o país caminha para ser o maior produtor de alimentos do mundo. De acordo com o IBGE, no primeiro trimestre de 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) teve alta de 0,4%, puxado pelo avanço de 1,4% no setor da agropecuária. Segundo especialistas, esses resultados se devem a alguns fatores característicos:
“Estamos evoluindo para novas regiões, como o centro oeste. Isso só é possível graças a tecnologia e às formas mais adequadas e competitivas de cultivo do solo”, conta Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná). Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa para a safra de grãos está em 232,6 milhões de toneladas, um pouco abaixo do recorde anterior, mas acima da média de produção nacional e a segunda maior safra da história.
Greve
Com boas previsões em diversas culturas, o agronegócio brasileiro foi severamente afetado pela recente paralisação dos caminhoneiros e seus desdobramentos. Durante os dias de greve, as perdas foram irreparáveis e a determinação da tabela de frete - acordo proposto pelo governo para acabar com a paralisação- colocou a produção nacional em desvantagem na hora de concorrer com o mercado externo. “A quebra da safra argentina e a briga dos Estados Unidos com a China deixaram o mercado favorável. Mas, infelizmente, com os valores do frete 50% mais altos, perdemos em competitividade”, afirma Turra. Outro ponto de atenção são as dezenas de navios parados nos portos aguardando que a situação se normalize. Boa parte deles está carregada de fertilizantes, insumo fundamental para a próxima safra. A preocupação é que eles não cheguem a tempo para o plantio e, novamente, o agronegócio sofrerá com perdas.
Eleições e o agronegócio
Apesar dos excelentes números e das condições favoráveis, o agronegócio brasileiro depende, também, dos rumos políticos. “Vivemos um tempo de muita incerteza e com a preocupação de que o agronegócio tenha que pagar a conta da economia em nosso país”, avalia Turra, que chama atenção para a necessidade das reformas tributária e da previdência. É a partir das eleições e dos novos projetos de governo que as coisas devem avançar. “Acredito muito no Brasil. Temos condições de competir, tecnologia avançada e profissionalização no campo. Apesar de tudo que está acontecendo, seguimos otimistas”, finaliza.
Fonte: Calpar
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