O consumo de combustíveis do ciclo Otto no Brasil, que inclui gasolina e etanol, deverá alcançar 59,3 bilhões de litros em 2024, conforme projeção atualizada da consultoria StoneX nesta quarta-feira. A nova estimativa representa um aumento de cerca de 300 milhões de litros em relação ao cálculo anterior, refletindo um cenário de melhora gradual nas condições econômicas do país.

Esse novo panorama configura um crescimento de 3,6% no consumo de combustíveis do ciclo Otto em comparação com 2023. Segundo o relatório da StoneX, “o fluxo de veículos aumentou 3% no acumulado do ano em relação a 2023, e as projeções para o crescimento do PIB brasileiro têm avançado mês a mês, saindo de 2% em abril para 3,1% atualmente." A análise destaca que essas melhoras econômicas impulsionaram a demanda nacional, com aumentos expressivos nas vendas em janeiro, abril e julho deste ano, que registraram altas anuais de 9,5%, 9,2% e 8,4%, respectivamente.

Até setembro, o consumo de combustíveis do ciclo Otto no Brasil já somava 43,6 bilhões de litros, apresentando um aumento anual de 3,2%. A StoneX projeta para o último trimestre de 2024 um incremento de 4,6% no consumo, em comparação com o mesmo período do ano passado. Para 2025, a previsão é de um aumento mais modesto de 1,7%, podendo superar a marca de 60 bilhões de litros.

Etanol e Gasolina

O crescimento do consumo de combustíveis do ciclo Otto em 2024 será impulsionado, em grande parte, pela demanda por etanol hidratado, que deve subir 31,7% em relação ao ano anterior, alcançando 21,1 bilhões de litros. Esse aumento deve-se à competitividade do etanol frente à gasolina nas bombas, impulsionada por uma paridade favorável advinda de mudanças tributárias, além de uma safra recorde de cana-de-açúcar em 2023/24 na região Centro-Sul do país, segundo o relatório da StoneX. Até setembro, as vendas de etanol hidratado chegaram a 15,72 bilhões de litros, um salto de 42,9% em comparação com o mesmo período de 2023.

Entretanto, para 2025, a StoneX projeta uma possível redução na demanda pelo biocombustível, devido a uma expectativa de queda na produção de etanol de cana-de-açúcar, o que poderia impactar sua competitividade frente à gasolina.

Já para a gasolina, a consultoria prevê uma retração de 3,2% na demanda em 2024, totalizando 44,5 bilhões de litros. No período de janeiro a setembro, as vendas de gasolina C somaram 32,5 bilhões de litros, uma queda de 5,6% em comparação com o mesmo período de 2023, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), citados pela StoneX.

Para 2025, mesmo com a expectativa de uma paridade competitiva do etanol hidratado em alguns dos principais estados consumidores, a demanda por gasolina C deve retomar o crescimento, estimando-se um volume superior a 46 bilhões de litros, o que representaria um aumento de 3,4% em relação a 2024.