Análise de Mercado

StoneX projeta alta de até 9% no consumo de biodiesel em 2025 e avanço de 6,4% em 2026

Mercado de biodiesel mantém ritmo de crescimento no país, aponta StoneX


Publicado em: 19/12/2025 às 11:00hs

StoneX projeta alta de até 9% no consumo de biodiesel em 2025 e avanço de 6,4% em 2026

O mercado brasileiro de biodiesel deve continuar em expansão nos próximos anos, segundo projeções divulgadas pela StoneX, empresa global de serviços financeiros. De acordo com o levantamento, o consumo nacional deve atingir 9,8 milhões de m³ em 2025, o que representa um aumento de 9,0% em relação a 2024.

Para 2026, o cenário base aponta avanço de 6,4%, totalizando 10,5 milhões de m³. Já no cenário alternativo — que considera a possível introdução do B16, conforme diretrizes do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) — o consumo pode se aproximar de 11 milhões de m³, ampliando em cerca de 1 milhão de toneladas o uso de óleo de soja como matéria-prima.

Setor registra recorde de vendas e produção acompanha expansão

O otimismo do setor é reforçado pelos números recentes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Somente em outubro, as vendas de biodiesel alcançaram 914 mil m³, o maior volume mensal da série histórica.

No acumulado de janeiro a outubro de 2025, o total comercializado chegou a 8,1 milhões de m³, um crescimento de 6,7% frente aos 7,6 milhões de m³ do mesmo período de 2024.

A produção nacional seguiu a mesma tendência, atingindo também 8,1 milhões de m³, com alta de 7,3% na comparação anual.

“O mercado de biodiesel tem mostrado um desempenho sólido, impulsionado pela forte demanda por diesel B e pela evolução da produção. A expectativa é que a diferença entre B14 e B15 continue se ampliando nos próximos resultados”, afirma Leonardo Rossetti, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Cenário positivo depende da economia e do avanço do B15

Apesar do otimismo, a StoneX ressalta que a manutenção de um cenário favorável está condicionada a fatores econômicos e agrícolas.

A empresa destaca que, mesmo com uma projeção de crescimento mais moderado do PIB em 2026, a adoção integral do B15 deverá sustentar o ritmo da demanda.

No cenário alternativo, a migração para o B16 poderia adicionar quase 1,2 milhão de m³ ao consumo anual estimado, reforçando o papel estratégico do biodiesel na matriz energética nacional.

Matérias-primas: sebo bovino ganha espaço e óleo de soja perde participação

No 5º bimestre de 2025, o óleo de soja seguiu como principal insumo do biodiesel, mas apresentou leve retração.

Segundo a StoneX, o consumo atingiu 1,368 milhão de toneladas entre setembro e outubro, queda de 4,8% em relação às 1,437 milhão de toneladas registradas no bimestre anterior.

Com isso, a participação do óleo de soja no mix de produção passou de 86,4% para 81,6%. As projeções para 2025 foram mantidas, mas a redução leve no período levou a um ajuste na estimativa de B16 para 2026, que passou de 9,0 para 8,9 milhões de toneladas.

Sebo bovino ganha relevância no mix produtivo

Em contrapartida, o uso de sebo bovino registrou forte alta.

Após uma média de 45,8 mil toneladas até agosto, o consumo saltou para 76,5 mil toneladas em setembro e 86,9 mil toneladas em outubro, elevando sua participação no mix de matérias-primas para 8,7% e 9,5%, respectivamente.

O crescimento está relacionado à redução das exportações de sebo, impactadas pelas tarifas de 50% aplicadas pelos Estados Unidos sobre o produto brasileiro.

Antes da medida, as exportações médias eram de 44 mil toneladas mensais, caindo para 27 mil em setembro e apenas 7,5 mil em outubro.

Os EUA respondem por mais de 90% dos embarques de sebo bovino do Brasil.

Perspectiva para 2026: expansão gradual e foco na diversificação

Com a manutenção da política de mistura de biodiesel e o avanço de matérias-primas alternativas, o setor projeta crescimento contínuo.

A StoneX aponta que a diversificação da base produtiva, aliada à possível adoção do B16, deve manter o Brasil entre os principais produtores e consumidores de biodiesel do mundo.

Fonte: Portal do Agronegócio

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