Publicado em: 20/02/2014 às 15:35hs
Depois de registrar baixas de mais de 8 pontos, as cotações da oleaginosa voltaram a subir e assim, por volta das 13h30 (horário de Brasília),registravam de 2,75 a 6 pontos de alta.
Como explicou o analista de mercado Glauco Monte, da FCStone, essa falta de direção do mercado pode ser justificada pelas expectativas sobre o Agricultural Outlook Fórum que acontece essa semana nos Estados Unidos. O evento reúne importantes participantes do agronegócio norte-americano e de lá são lançadas projeções para a safra 2014/15.
Segundo os primeiros números divulgados, em uma prévia do primeiro relatório oficial do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para a próxima temporada, já se espera uma redução para a área total plantada com soja e milho. Entre as duas culturas, a projeção é de uma redução de 0,25% da área total - 161,88 mil hectares - para 69,4 milhões de hectares, contra 69,57 milhões da safra 2013/14. Entretanto, o espaço destinado à soja deverá ser maior em relação ao ano passado.
A área de milho deve perder 1,38 milhão de hectares e passar de 38,61 milhões para 37,23 milhões de hectares cultivados. No caso da soja, deve haver um aumento de 1,21 milhão de hectares, com a área subindo de 30,96 milhões para 32,17 milhões de hectares. Segundo o economista chefe do USDA, Joe Glauber, isso indica uma expansão da área da oleaginosa sobre as áreas cultivadas com o cereal.
Apesar dessa previsão de um pequeno aumento na área destinada ao cultivo de soja na temporada 2014/15 nos Estados Unidos, os fundamentos da atual temporada parecem tomar a atenção dos investidores nesse momento. E as realizações de lucros recentes são apenas movimentos pontuais e não indicam uma mudança da tendência positiva para os preços, inclusive no mercado internacional.
Nos Estados Unidos, as exportações e embarques continuam acontecendo em um ritmo acelerados e contínuo mesmo diante de uma escassez de produto. E, caso não sejam reportados novos cancelamentos nos próximos semanais, "os estoques finais nos EUA poderiam ser até um pouco menores do que o USDA está projetando", acredita Monte.
Ao mesmo tempo, no Brasil a seca ainda reduz, dia a dia, o potencial produtivo das lavouras e as estimativas para a safra brasileira começam a ser reduzidas. Há especialistas que acreditam em uma quebra podendo chegar a 5 milhões de toneladas.
"Se você tem menos produção no Brasil, de repente você pode ter problemas para atingir o volume de exportação que está sendo proetado para o Brasil, o que poderia indicar mais demanda para os Estados Unidos, que nesse momento não pode contar com mais demanda por conta dos baixos estoques finais", explica o analista.
Segundo o instituto norte-americano Commodity Weather Group, as chuvas em algumas regiões produtoras do Brasil deverão ser 75% menores do que o normal para esse período nos próximos cinco dias. Caso isso se confirme, o déficit de umidade será ainda mais grave e mais sério. A situação, de acordo com o instituto, é a mais grave desde 1954, quando se registrou o janeiro mais seco da história.
Fonte: Notícias Agrícolas
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