Análise de Mercado

Setor de insumos tenta manter resultados

Em uma safra marcada por aumento nos preços dos insumos, por conta da alta do dólar, e restrição de crédito dos bancos, que já atuam com juros maiores, as companhias do setor traçam estratégias para pelo menos garantirem a manutenção dos resultados obtidos em 2014 e não fecharem no vermelho


Publicado em: 10/07/2015 às 11:30hs

Setor de insumos tenta manter resultados

Antonio Carlos Zem, presidente da FMC no Brasil, conta ao DCI que há uma dificuldade para emplacar negócios. "O setor de insumos vem sofrendo muito. Com o aperto financeiro, os clientes demandam preços mais baixos e prazos mais longos, o que leva a uma perda de rentabilidade", diz. Neste cenário, a estratégia da empresa é atuar em parceria com as usinas, principalmente financeira, e no fornecimento de tecnologias para ganho de produtividade.

De acordo com o executivo, foram estendidos os prazos de compras parceladas e o financiamento direto também aumentou. Com isso, a expectativa é encerrar 2015 no mesmo patamar de resultados do ano passado, quando o faturamento do segmento agrícola da FMC no País atingiu US$ 904 milhões.

Setor canavieiro

O diretor global de cana-de-açúcar da Syngenta, Daniel Bachner, acredita que a cadeia produtiva da cana vai apertar ao extremo a demanda por insumos, porém, a melhora nos preços de venda do etanol tem ajudado as usinas na recuperação de caixa. Sendo assim, abre-se uma lacuna para investimento em tecnologia agrícola para produtividade.

"Vemos que tem crescido o uso de produtos como maturadores, mudas pré-brotadas e herbicidas para a época úmida, em vista do alto volume de chuvas dos últimos meses. Estes são mercados que nos ajudaram, até agora, a manter a demanda por produtos na mesma proporção que a do ano passado", comenta Bachner. "Sempre utilizamos inovações em modalidades de venda, como a troca de etanol com as tradings, que fazem um processo de triangulação junto ao produtor. Na geração de energia isso também funciona. Se você não tem caixa, me diga o que tem e fazemos a comercialização. Isso já faz parte do nosso DNA", acrescenta o executivo sobre as estratégias da Syngenta.

Sobre o setor sucroenergético em si, o presidente da FMC mantém projeções otimistas quanto à recuperação das usinas puxada pelo biocombustível. Para ele, a modificação na política de preços da gasolina, citada pelo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, nesta semana, deve ser colocada em prática, favorecendo o consumo de etanol.