Publicado em: 29/12/2025 às 10:40hs
O ano de 2025 foi marcado por um cenário de desvalorização no mercado internacional do algodão em pluma. De acordo com dados da Safras Consultoria, o contrato com vencimento em março de 2026, negociado na Bolsa de Nova York, iniciou o ano próximo de US$ 0,70 por libra-peso e encerrou dezembro em torno de US$ 0,63, acumulando uma queda de cerca de 10%.
Segundo o analista da Safras & Mercado, Gil Barabach, as condições de mercado não favoreceram os produtores ao longo do ano. “O pico ocorreu nos primeiros meses, seguido por uma trajetória de baixa contínua, o que reduziu as oportunidades de fixação e de venda física”, destacou. Ele lembra que, em 2024, as cotações chegaram a ultrapassar US$ 0,80 por libra-peso, proporcionando margens mais atrativas.
Outro fator que pressionou as cotações internas foi o câmbio. O dólar, que terminou 2024 cotado a R$ 6,16, passou boa parte de 2025 abaixo de R$ 5,30 e encerrou o ano na faixa de R$ 5,51. A valorização do real diminuiu a competitividade das exportações, resultando em menor retorno em reais para cada dólar vendido, o que reduziu os preços da fibra no mercado doméstico.
Além do câmbio desfavorável, o Brasil colheu em 2025 uma safra recorde de algodão, estimada pela Safras & Mercado em 4,24 milhões de toneladas. Após um ciclo anterior de preços elevados, os produtores intensificaram as vendas na entrada da colheita, o que pressionou os prêmios de exportação e os valores pagos ao produtor.
Em Rondonópolis (MT), a arroba da pluma começou o ano cotada a R$ 131,83, atingiu R$ 140 em junho — impulsionada pelo atraso da colheita —, mas encerrou dezembro ao redor de R$ 109, acumulando queda de 17% no ano.
De acordo com Barabach, 2025 foi um ano em que o algodão perdeu competitividade e rentabilidade. “As margens ficaram mais estreitas e as oportunidades de fixação foram escassas”, afirmou.
A menor rentabilidade deve impactar o planejamento dos produtores para o próximo ciclo. As projeções da Safras & Mercado indicam redução de 2,9% na área plantada para a safra 2025/26, o que pode resultar em uma queda de até 8% na produção nacional, interrompendo uma sequência de crescimento contínuo do setor.
Fonte: Portal do Agronegócio
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