Análise de Mercado

RS deixa de faturar mais de R$ 1 bilhão com embarque de mercadorias para o exterior devido à greve dos caminhoneiros

Levantamento foi feito pela Federação das Indústrias do Estado. Na Serra gaúcha, onde fica o maior pólo metal mecânico do Rio Grande do Sul, a previsão é de uma queda expressiva no faturamento


Publicado em: 14/06/2018 às 19:00hs

RS deixa de faturar mais de R$ 1 bilhão com embarque de mercadorias para o exterior devido à greve dos caminhoneiros

Segundo um levantamento da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), o Rio Grande do Sul deixou de faturar mais de R$ 1 bilhão com embarque de mercadorias para o exterior por causa da greve dos caminhoneiros.

Na Serra gaúcha, onde fica o maior pólo metal-mecânico do estado, a previsão é de uma queda expressiva no faturamento. Em uma fábrica de produtos automotivos, a greve dos caminhoneiros ocasionou outro problema: a falta de matéria-prima fez a empresa parar por dois dias.

"Todas as despesas não sofreram nenhum tipo de atenuação e o nosso faturamento ficou aquém do que nós precisávamos para ter a sanidade das empresas", afirma o diretor da empresa, Rudinei Suzin.

A retração veio em um momento considerado de recuperação pelo setor metal mecânico. Nos quatro primeiros meses do ano, a indústria caxiense acumulou um crescimento de 25%. Só que com a greve dos caminhoneiros, o faturamento caiu nas últimas semanas. O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico da cidade (Simecs) estima que o prejuízo pode chegar a R$ 250 milhões. Isso representa redução de 25% no faturamento de maio.

"É uma ducha de água fria em uma economia que estava começando a querer elevar a temperatura novamente. Com certeza nos influenciou não só pela parada nestes dias, mas também agora pela demora para realmente toda economia se regularizar", afirma o economista do Simecs, Rogério Gava.

Apesar dos percalços, ainda persiste uma dose de otimismo. "Acreditar que neste ano ainda se continuarmos nos referirmos ao mês de março a gente possa ter um crescimento em relação ao ano passado", afirma o presidente da Simecs, Reomar Slaviero.