Publicado em: 03/07/2025 às 11:25hs
O mercado brasileiro de azeite poderá registrar uma redução de até 10% nos preços ao longo de 2025, conforme estimativas do setor. A expectativa é sustentada pela combinação de dois fatores principais: a forte recuperação da produção global de azeite e a recente isenção da alíquota de 9% do imposto de importação promovida pelo governo federal.
“A conjunção entre o aumento expressivo da oferta e o corte de impostos cria um cenário promissor para uma redução gradual dos preços no Brasil”, afirma Eduardo Casarin, country manager Brasil & LATAM da Filippo Berio.
Apesar do cenário positivo, Casarin alerta que a queda nos preços não será imediata nem uniforme, já que diversos componentes ainda influenciam a formação do preço final ao consumidor.
De acordo com o International Olive Council (IOC), a produção global de azeite na safra 2024/25 deve atingir cerca de 3,375 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 32% em relação à safra anterior. Trata-se de uma das maiores recuperações da história recente.
Esse crescimento já contribuiu para uma queda significativa nos preços internacionais: entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025, o preço da tonelada de azeite caiu de US$ 10 mil para US$ 5.500.
O Brasil, que depende quase exclusivamente da importação de azeite, sentirá os reflexos dessa queda. Casarin ressalta que a oscilação internacional impacta diretamente o mercado interno, dado o alto grau de dependência externa.
Entre os países produtores, a Itália mantém sua relevância mesmo sem liderar em volume. Com previsão de 240 mil toneladas nesta safra — cerca de 6,6% da produção mundial —, o país segue sendo referência de qualidade, especialmente para os consumidores que valorizam azeites do segmento premium.
Apesar da recuperação da safra e da isenção de imposto, diversos fatores continuam a pressionar o preço do azeite no Brasil:
“Embora o cenário seja positivo, não se deve esperar uma queda abrupta. O consumidor começará a perceber esse movimento ao longo de 2025, especialmente nas marcas mais dependentes das importações europeias”, reforça Casarin.
Casarin conclui que, embora os fundamentos globais sejam favoráveis, o mercado brasileiro deve passar por um ajuste progressivo. A melhora na oferta mundial favorece a redução de preços, mas a complexidade da cadeia de importação e comercialização no Brasil impede uma queda imediata para o consumidor.
“Estamos diante de um cenário de ajuste progressivo, no qual as condições de oferta melhoram, mas a complexidade da cadeia impede uma rápida repercussão nos preços finais”, finaliza.
Fonte: Portal do Agronegócio
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