Publicado em: 08/09/2014 às 11:00hs
Informações da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês) apontam que os embarques brasileiros de cafés diferenciados totalizam 4,8 milhões de sacas de 60 kg até o final de julho, correspondente a uma fatia de 23,7% das exportações totais de café efetuadas pelo País.
A receita obtida com as remessas do produto especial somou US$ 1,082 bilhão no acumulado do primeiro semestre de 2014. Em 2013, as vendas internacionais renderam US$ 1,036 bilhão, de um faturamento total de US$ 5,150 bilhões - somados os grãos tradicionais.
"Estamos em um momento bastante diferente ocasionado pela quebra de safra. Houve uma valorização real do produto, mas a maior procura ainda está no mercado externo", avalia a diretora executiva da associação, Vanusia Nogueira. A gerente de comércio e exportação de café da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Maria Dirceia Mendes, lembra que a cultura do brasileiro interfere na expansão dos cafés especiais no País.
"Aqui no Brasil falta conhecimento às pessoas, mas também é uma questão de preço. Existe o conceito entre o brasileiro de procurar a mercadoria mais barata e fica difícil para as pessoas escolherem; não vemos muita gente que aceita pagar por um café diferenciado. O melhor seria aumentar os investimentos em degustações, como várias cafeterias de alto nível já fazem", explica.
Para Dirceia, no mercado externo já existe um conceito bem mais avançado sobre a procura por um café de qualidade, mesmo que se tenha que pagar mais por isso. Segundo a gerente, os principais compradores do café especial brasileiro são Estados Unidos, Japão e alguns países da Europa.
"Para a safra 2014/2015 ainda não temos estimativas, só teremos uma ideia maior a partir da previsibilidade das chuvas. As plantas ainda sofrem muito com a estiagem, está claro que vamos ter quebra forte novamente", conta a diretora da BSCA. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil deve colher 49,5 milhões de sacas do grão tradicional nesta safra, queda de 7,8%.
Fonte: DCI
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