Publicado em: 18/06/2014 às 09:20hs
As exportações brasileiras para os países árabes continuam registrando queda. No acumulado deste ano até maio elas recuaram 9,53%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Nos cinco primeiros meses do ano, a receita com as vendas alcançou US$ 5,04 bilhões, contra US$ 5,58 bilhões em igual período do ano passado. O volume exportado também recuou, mas um pouco menos, 7,25%. Isso significa que, na média geral, houve diminuição de preços dos produtos embarcados pelo Brasil aos portos árabes. Foram 14 milhões de toneladas enviadas entre janeiro e maio de 2014 em mercadorias exportadas e 15,1 milhões de toneladas nestes mesmos meses em 2013.
Houve queda em todos os principais grupos de produtos que o Brasil vendeu para a região no período: animais e produtos, alimentos industrializados, produtos minerais, além de vegetais e seus produtos. Uma olhada detalhada em cada grupo aponta que pesou no desempenho o recuo de 22% da receita com vendas de carnes de frango, de 26% no açúcar e de 15% na de minérios. Os três estão entre os principais e tradicionais produtos vendidos pelo Brasil aos árabes.
Novos negócios durante a Copa
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) espera dobrar o valor dos negócios fechados no ano passado, durante a Copa das Confederações. Agora, a projeção, calculada com base no número e no potencial dos empresários estrangeiros convidados para a Copa do Mundo, é que se eleve de US$ 3 bilhões para US$ 6 bilhões o volume de investimentos e exportações. “São estimativas que a gente faz. Consulta prévia à empresa sobre o quanto pretende gastar, e qual o potencial do negócio a ser gerado”, disse o presidente da Apex, Maurício Borges. Nos encontros promovidos com 1 mil empresários na Copa das Confederações foram fechados US$ 1,8 bilhão em exportações e US$ 1,2 bilhão em investimentos. Para atingir a meta, o Projeto Copa do Mundo da Apex aumentou o número de empresários convidados de 1 mil para 2,3 mil, e tem promovido encontros com empresas brasileiras de todos os tamanhos.
Complexo soja lidera exportações
Entre janeiro e maio de 2014, o principal setor exportador do agronegócio foi o do complexo soja, com vendas externas de US$ 15,58 bilhões, alta de 18,6%, e 30,29 milhões de toneladas embarcadas, alta de 23,1%, em relação ao mesmo período do ano passado. A soja em grão foi destaque dentro do complexo, com o valor de US$ 12,55 bilhões (+21,0%) e 24,91 milhões de toneladas comercializadas (+27,1%). Para complementar o setor, entre janeiro e maio deste ano, as exportações do farelo de soja geraram uma receita de US$ 2,58 bilhões, incremento de 14,6%, com embarque de 4,89 milhões de toneladas (+7,6%). As vendas de óleo de soja atingiram a marca de US$ 444 milhões, com 492 mil toneladas negociadas.
O segundo setor em vendas no acumulado nos últimos cinco meses deste ano foi o setor de carnes, com a cifra de US$ 6,73 bilhões e 2,57 milhões de toneladas comercializadas. As exportações de carne bovina geraram US$ 2,80 bilhões em receita até o mês de maio, alta de 10,7%, com a comercialização de 632 mil toneladas, alta de 11,2%.
Rússia, principal importador de suínos
A Rússia confirma a intenção de manter o Brasil como o seu provedor especial de carne suína. Em maio, liderou as vendas do Brasil em volume e receita. Na prática, os russos estão materializando a informação que transmitiram ao ministro da Agricultura, Neri Geller, no final de maio, que a Rússia terá necessidade urgente de carnes e que dará tratamento especial ao Brasil. Na ocasião, Geller encontrou-se com Sergey Dankvert, responsável pelo serviço de defesa agropecuária da Rússia. A Rússia respondeu por 37,71% das exportações brasileiras de carne suína em maio. Ficou em primeiro lugar no ranking dos importadores, com 51,85% da receita do mês, seguida por Hong Kong, com 21,73%, e Angola, com 10,42%.
Exportações de calçados caem 15,1%
Dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) apontam para uma queda de 15,1% na balança comercial de calçados nos primeiros cinco meses de 2014. “Levando em consideração que o ano de 2013 foi ruim para os calçadistas, a situação se torna ainda mais grave”, lamenta o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein. Em maio foram embarcados 9 milhões de pares que geraram US$ 79 milhões, valor 8,3% menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado. De janeiro a maio deste ano, a exportação de 55,5 milhões de pares por US$ 439 milhões é 3,6% menor em dólares e 5,6% superior em volume no comparativo com mesmo período de 2013, quando foram embarcados 52,5 milhões de pares por US$ 455,5 milhões. O fato é explicado pela queda de 8,7% no preço médio do produto exportado, que foi de US$ 8,63.
Fonte: Monitor Mercantil
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