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Projeto de irrigação deve gerar 15 mil empregos em Bom Despacho, região do Alto São Francisco, em Minas Gerais

Serão desviados 5 m3 por segundo, visando a irrigação de 10 a 15 mil hectares no vale do rio Picão. Obra está estimada em R$ 60 milhões.


Publicado em: 27/08/2021 às 14:20hs

Projeto de irrigação deve gerar 15 mil empregos em Bom Despacho, região do Alto São Francisco, em Minas Gerais

No próximo dia 28 de agosto, será lançado em Bom Despacho, região centro-oeste de Minas Gerais, o projeto de derivação de água do rio São Francisco para o rio Picão. Pelas projeções dos especialistas, a iniciativa deverá gerar de 10 a 15 mil empregos diretos, além de aumento da produção de grãos e economia de frete para indústrias e produtores que hoje buscam grãos em outras regiões do Estado.

O desvio de água do São Francisco jogará 5 m3 por segundo no rio Picão para irrigar lavouras. Além disso, outros 0,8 m3 por segundo serão desviados para reforçar o abastecimento de água da população de Bom Despacho. No ponto de desvio, a vazão média do rio São Francisco é de 500 m3 por segundo, ou seja, o volume de água a se retirado do São Francisco corresponde a menos de 1,2% da sua vazão média.

Esses 5 m3 por segundo retirados do São Francisco permitirão irrigar de 10 a 15 mil hectares no vale do rio Picão. De acordo com a Embrapa, cada hectare irrigado para produzir grãos gera de 1 a 1,5 emprego direto.

“O projeto trará inúmeras melhorias para a população não apenas de Bom Despacho, mas de toda a região do Alto São Francisco, principalmente benefícios ambientais e produtivos”, ressalta o prefeito Bertolino da Costa Neto.

Entenda mais sobre o projeto

A captação de água no São Francisco para jogar no rio Picão será feita no ponto onde o Córrego dos Machados desagua no Velho Chico. Nesse local, a água será bombeada e despejada num lago que será feito na cabeceira do rio Picão, na comunidade do Garça. A função desse lago é regular a liberação da água e garantir o abastecimento do Picão nos meses de agosto e setembro, período em que não haverá captação no São Francisco devido à seca.

De acordo com a prefeitura, hoje, o produtor de grãos local produz uma safra por ano com todos os riscos climáticos. Com a derivação, ele terá água para irrigar suas terras e poderá produzir até duas safras e meia por ano sem risco climático, multiplicando a produção e gerando empregos.

Além de fornecer água para aumentar a produção de grãos no vale do rio Picão, a derivação ainda tem importância estratégica porque, já que garantirá água para o consumo da população local por, no mínimo, 30 anos, de forma complementar ao volume utilizado a partir do rio Capivari.

Licitação do projeto sai este mês, prevê Sebrae

A previsão do Sebrae é publicar este mês o termo de referência para contratar o projeto executivo da obra, que tem custo aproximado de R$ 1,4 milhão e será bancado pelo próprio Sebrae.

A obra de execução do projeto – construção do canal, instalação de bombas, construção do aterro do lago na comunidade do Garça e desassoreamento de parte do peito do Picão para comportar o aumento do volume de água – está estimada em R$ 60 milhões, com prazo de execução estimado em seis meses.

Custeio da obra

Segundo Bertolino, a proposta é criar uma associação de irrigantes, formada por produtores rurais que vão cultivar lavouras irrigadas de grãos. Essa associação ficará encarregada de custear a implantação do projeto com recursos próprios e financiamentos de longo prazo através de fundos de investimento.

 

Fonte: Interface Comunicação Empresarial

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