Análise de Mercado

Produção de Grãos da Safra 2023/2024 fica estimada em 298,41 milhões de toneladas

Clima adverso afeta o rendimento das lavouras e provoca queda na produção


Publicado em: 12/09/2024 às 11:05hs

Produção de Grãos da Safra 2023/2024 fica estimada em 298,41 milhões de toneladas

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 12º e último levantamento da safra 2023/2024, que encerra com uma estimativa de 298,41 milhões de toneladas de grãos, representando uma redução de 21,4 milhões de toneladas em comparação ao ciclo anterior. Essa diminuição foi impulsionada principalmente pela irregularidade das chuvas no início do plantio e pelas condições climáticas adversas em diversas regiões, como o Centro-Oeste, Matopiba, São Paulo e Paraná. O excesso de precipitação no Rio Grande do Sul, especialmente nas lavouras de primeira safra, também contribuiu para o cenário de perdas.

Apesar dessas dificuldades, essa ainda é a segunda maior colheita registrada na série histórica da Conab. A área semeada foi de 79,82 milhões de hectares, um aumento de 1,6% em relação ao ciclo anterior. No entanto, a produtividade média das lavouras apresentou uma queda de 8,2%, passando de 4.072 quilos por hectare para 3.739 quilos por hectare.

Impactos climáticos em culturas chave

A soja foi uma das culturas mais afetadas pelas condições climáticas adversas, com uma produção estimada de 147,38 milhões de toneladas, uma redução de 7,23 milhões de toneladas em comparação à safra anterior. O atraso no início das chuvas e as altas temperaturas em áreas semeadas entre setembro e novembro impactaram as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Matopiba, gerando replantios e perda de produtividade. Mato Grosso, maior produtor de soja, registrou uma produção de 39,34 milhões de toneladas, uma queda de 11,9% em comparação ao primeiro levantamento da safra.

Outro destaque é o milho, cuja primeira safra foi prejudicada por altas temperaturas e chuvas irregulares em importantes regiões produtoras, como Minas Gerais. No segundo ciclo, Mato Grosso e Goiás tiveram um clima mais favorável, mas veranicos em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, além de ataques de pragas, comprometeram o rendimento. A produção total de milho foi estimada em 115,72 milhões de toneladas, uma queda de 12,3% em relação ao ciclo anterior.

O algodão também apresentou uma leve redução na produtividade, estimada em 4.561 quilos por hectare. Entretanto, a área plantada teve um crescimento de 16,9%, o que resultou em uma produção recorde de 3,65 milhões de toneladas de pluma.

Desempenho de arroz e feijão em alta

Apesar das dificuldades climáticas, a produção de arroz e feijão superou as expectativas. A safra de arroz foi estimada em 10,59 milhões de toneladas, um aumento de 5,5% em relação ao ciclo anterior, influenciado principalmente pela ampliação da área cultivada. O feijão, por sua vez, apresentou um crescimento de 7%, totalizando 3,25 milhões de toneladas, impulsionado pelo desempenho da segunda safra, que registrou um aumento de 18,5%.

Mercado e exportações

O mercado interno de arroz deve se beneficiar da alta na produção, com um consumo estimado em 11 milhões de toneladas, aumento de 6,5%. No entanto, as exportações devem cair 25,9%, chegando a 1,3 milhão de toneladas, devido aos preços internos superiores às paridades de exportação e à recuperação da produção nos Estados Unidos.

Já o milho, impactado pela queda na produção, verá uma redução significativa nas exportações. A estimativa da Conab é que 36 milhões de toneladas sejam exportadas entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025, uma queda de 34,1% em comparação à safra anterior.

Os dados completos sobre a safra 2023/2024 e as condições de mercado podem ser acessados no Portal da Conab.

Fonte: Portal do Agronegócio

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