Publicado em: 18/09/2024 às 10:10hs
A produção de carne suína e de frango no Brasil deverá alcançar um novo recorde em 2025, impulsionada por uma demanda crescente no mercado externo e por um cenário doméstico favorável, marcado por custos de produção controlados, devido à queda nos preços dos grãos. As projeções indicam que a produção de carne suína atingirá 5,45 milhões de toneladas, enquanto a de carne de frango deverá alcançar 15,51 milhões de toneladas.
Esses dados foram divulgados nesta terça-feira (17), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), durante o evento Perspectivas para a Agropecuária Safra 2024/2025. A estimativa reflete o bom desempenho das três principais proteínas animais produzidas no país — frango, suíno e bovino —, cuja produção deverá se manter em torno de 30,75 milhões de toneladas, volume similar ao previsto para este ano.
Para a carne de frango, espera-se um crescimento de 1,9% nas exportações em 2025, atingindo 5,2 milhões de toneladas. Gabriel Rabello, gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, destacou que a condição de o Brasil estar livre da Influenza Aviária em granjas comerciais representa uma importante vantagem competitiva no mercado internacional. Além disso, a competitividade do produto brasileiro, combinada com um cenário cambial favorável, contribui para o aumento das vendas externas. No mercado interno, o consumo de carne de frango também deverá crescer 2,3% no próximo ano, alcançando 10,32 milhões de toneladas.
No setor de carne suína, a produção recorde projetada para 2025 deverá beneficiar tanto o mercado interno quanto o externo. A oferta doméstica deverá aumentar 1,1%, com um total de 4,2 milhões de toneladas, enquanto as exportações deverão crescer 3%, atingindo 1,27 milhão de toneladas. Uma das conquistas dos produtores brasileiros é a diversificação dos mercados internacionais. Em 2020, a China representava mais de 50% das exportações de carne suína, mas entre janeiro e agosto deste ano, essa participação caiu para menos de 20%.
O setor de carne bovina também segue um caminho semelhante, com novos mercados se consolidando e diminuindo a dependência da China. No período entre janeiro e agosto de 2023, a China foi responsável por mais de 50% das exportações de carne bovina brasileira, participação que caiu para 44% no mesmo período deste ano. Esse movimento é explicado pela expansão das vendas para mercados como Emirados Árabes Unidos, Rússia e Filipinas, além de um aumento nas importações por parte dos Estados Unidos, que enfrenta uma baixa oferta doméstica.
Para 2025, espera-se um aumento de 2,5% nas exportações de carne bovina, que devem atingir 3,66 milhões de toneladas. Entretanto, ao contrário das demais carnes, a produção bovina deverá registrar uma leve queda, totalizando 9,78 milhões de toneladas, devido ao ciclo pecuário, com a retenção gradual de fêmeas e menor disponibilidade de animais para o abate no médio e longo prazo. Com isso, a oferta interna de carne bovina deverá ficar em torno de 6,2 milhões de toneladas.
As projeções completas para os mercados de carnes bovina, suína e de frango, além de outras commodities agrícolas como arroz, feijão, milho, soja e algodão, estão disponíveis na publicação Perspectivas para a Agropecuária Safra 2024/2025. O documento também conta com uma análise do Banco do Brasil sobre o papel do crédito rural no desenvolvimento do setor, especialmente em iniciativas ligadas à sustentabilidade ambiental, social e de governança.
Fonte: Portal do Agronegócio
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