Análise de Mercado

Preços do Arroz no Brasil Buscam Equilíbrio em Meio a Incertezas Econômicas

Aumento da Produção e Estoques Reduzidos Impactam Mercado, Diz Safras & Mercado


Publicado em: 21/06/2024 às 18:40hs

Preços do Arroz no Brasil Buscam Equilíbrio em Meio a Incertezas Econômicas

O mercado brasileiro de arroz está em busca de um novo ponto de equilíbrio para os preços, em meio a incertezas políticas e a consolidação da produção. Segundo o analista e consultor da Safras & Mercado, Élcio Bento, essa busca por equilíbrio é reflexo das condições atuais do setor.

No Rio Grande do Sul, a Emater ajustou suas estimativas de produtividade após o término da colheita. A área de cultivo de arroz irrigado foi de 900.203 hectares, com uma produtividade média de 7.957 quilos por hectare, resultando em uma produção total de 7,16 milhões de toneladas na safra de 2023/24. “Esses números estão alinhados com a estimativa de 7,10 milhões de toneladas da Safras & Mercado”, destaca Bento.

“A alta de 100 mil toneladas em relação à safra anterior pode servir como argumento do setor produtivo contra a intervenção governamental”, avalia o analista. O ciclo comercial de arroz em março de 2024 começou com estoques de 632 mil toneladas (base casca), uma redução de 48,5% em relação ao 1,229 milhão de toneladas do ano anterior, suficiente para apenas 20 dias de consumo.

Essa escassez de abastecimento elevou os preços durante o ciclo comercial 2023/24 (março de 2023 a fevereiro de 2024) a níveis recordes. “Em resposta, houve um aumento de 6,2% na área plantada, elevando a produção brasileira estimada de 10,004 milhões de toneladas para 10,356 milhões de toneladas (+3,5%)”, enfatiza Bento.

Mesmo com um aumento de 352 mil toneladas na produção, isso não compensou a redução de 596 mil toneladas nos estoques iniciais. “Comparando produção e consumo, o déficit estimado para a temporada atual é de 43,7 mil toneladas, significativamente menor que o déficit de 496 mil toneladas da temporada anterior”, pondera o analista.

Desconsiderando a balança comercial, os estoques finais projetados para fevereiro de 2025 seriam de 589 mil toneladas. “Com base nessa análise, uma diferença de menos de 45 mil toneladas não justificaria a importação adicional de 1 milhão de toneladas promovida pelo governo”, argumenta Bento.

Na última quinta-feira, a média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) fechou em R$ 112,64, apresentando um recuo de 1,49% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, a queda acumulada era de 5,59%. Em relação ao mesmo momento do ano passado, ainda havia um aumento de 37,80%.

Fonte: Portal do Agronegócio

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