Publicado em: 15/09/2025 às 19:20hs
O preço da laranja destinada à indústria voltou a apresentar valorização no mercado interno em agosto de 2025. No estado de São Paulo, referência do setor, o valor da caixa de 40,8 kg passou de R$ 43,44 em 31 de julho para R$ 47,76 ao final de agosto, avanço de 9,9%, segundo dados do Cepea.
O aumento reflete a retomada da demanda das indústrias processadoras, que intensificaram os contratos para a safra 2025/26, ao mesmo tempo em que têm exigido frutos de maior qualidade, com ratio acima de 13 graus Brix, garantindo um suco mais doce e adequado ao processamento.
Em contraste com o Brasil, os preços do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) recuaram 12% em Nova Iorque nos últimos 30 dias, caindo de USDc 260,15/lb em 31 de julho para USDc 232,3/lb em 31 de agosto. A queda representa um ajuste após meses de forte valorização, aproximando os valores dos níveis médios observados no segundo semestre de 2023.
A CitrusBR informou que os estoques de passagem de suco de laranja brasileiro totalizaram 146,3 mil toneladas (FCOJ equivalente a 66° Brix) em 30 de junho de 2025, alta de 25,4% em relação às 116,7 mil toneladas do mesmo período do ano anterior. Apesar do aumento, os níveis ainda são considerados historicamente baixos, reforçando um cenário de oferta global restrita.
O inverno mais frio e a menor incidência de chuvas retardaram a maturação das laranjas, fazendo com que os frutos iniciais apresentassem ratio mais baixo, resultando em suco menos doce. No entanto, a segunda florada, que será colhida a partir de setembro, deve apresentar melhor qualidade, beneficiada pelo aumento das temperaturas e chuvas previstas para outubro, impactando positivamente o suco destinado à comercialização no último trimestre do ano.
Nos Estados Unidos, a produção de suco segue pressionada pela redução da área produtiva, principalmente na Flórida, que perdeu 30 mil hectares mesmo com o plantio de 3 mil hectares novos. Assim, o Brasil deve continuar como principal fornecedor ao mercado americano na safra 2025/26, com expectativa de superar as exportações da temporada anterior. A primeira estimativa da safra americana será divulgada pelo USDA em 9 de outubro.
Apesar do cenário favorável, as tarifas adicionais de 10% sobre o suco brasileiro podem limitar ganhos caso os preços internacionais voltem a subir significativamente.
Fonte: Portal do Agronegócio
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