Publicado em: 14/12/2021 às 12:20hs
A boa notícia é que o Brasil está preparado para atender essa expectativa, segundo concluíram um time de especialistas reunidos ontem (6) no Global Halal Brazil Business Forum, em São Paulo.
Para Silvia Galvão de Miranda, da ESALQ-USP, difundir que nossas cadeias de produção são comprometidas com a sustentabilidade em suas três dimensões, econômica, social e ambiental, é essencial para que a confiança externa aumente e novos mercados possam ser conquistados, especialmente no mundo islâmico que culturalmente valoriza esses aspectos antes mesmo do surgimento dos conceitos de ESG (ambiental, social e governança).
"Algumas notícias que têm chegado aos investidores e consumidores estrangeiros não condizem com práticas reais que os produtores brasileiros adotam. Claro que temos desafios, visto o tamanho do nosso país, mas muito do que é reverberado internacionalmente não tem respaldo científico. Realizamos uma série de estudos recentemente que comprovam que há uma engrenagem muito forte envolvendo a segurança do alimento halal produzido hoje no Brasil", ponderou.
Christian Lohbauer, presidente da CropLife Brasil, associação que reúne empresas de biotecnologia, defensivos e produtos biológicos, endossa a posição de Miranda. Segundo ele, a sustentabilidade e a tecnologia já andam de mãos dadas no agro brasileiro, porque há mais de 40 anos o país adota modelos de produção sustentáveis, utilizando técnicas de plantio direto, fixação do nitrogênio no solo, integração lavoura-pecuária-floresta, com agroquímicos sendo utilizados de maneira cada vez mais correta.
"A certificação halal é lícita, a rastreabilidade funciona. Isso precisa ser mais bem esclarecido no Brasil e no mundo, porque existem agendas fortes contra a tecnologia agrícola, mas estamos sempre presentes nos debates trazendo nossa mensagem de segurança do alimento para o Brasil e para os mais de 160 países que consomem os produtos nacionais", complementa Lohbauer.
A coordenadora de promoção comercial na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Camila Sande, também acredita que o agronegócio precisa mostrar para as sociedades globais que sustentabilidade ambiental é prioridade no setor e que essa ação se dá somente quando reunimos protagonismo, legalidade e ciência. A executiva destaca ainda que a produção brasileira é capaz de ampliar a oferta de alimento halal.
"Capacitamos e treinamos nossos produtores rurais, oferecendo assistência na curadoria de quais produtos utilizar na lavoura, como melhorar a produtividade, de qual maneira as tecnologias devem ser empregadas, sempre estimulando práticas como agricultura de baixo carbono", conclui.
Fonte: A4 Holofote
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