Análise de Mercado

Panorama da indústria de charutos premium no Brasil: desafios e oportunidades

Empresa Baiana, JAMM, representa avanços para o setor no país


Publicado em: 23/02/2024 às 15:20hs

Panorama da indústria de charutos premium no Brasil: desafios e oportunidades

A indústria de charutos premium no Brasil navega em um mar de oportunidades e desafios. Apesar da tradição que vem desde a época do Brasil imperial e do potencial de crescimento, o setor enfrenta obstáculos que exigem soluções inovadoras e políticas de governo adequadas.

A JAMM, empresa sediada em Alagoinhas na Bahia, por exemplo, destaca-se por investir em tecnologia de ponta no cultivo do fumo, irrigação automatizada e equipamentos agrícolas modernos que garantem a qualidade da matéria-prima, fundamental para a produção de charutos premium. No entanto, é importante ressaltar que tais inovações se concentram no cultivo e não na etapa artesanal de produção dos charutos.

O setor gera renda e oportunidades de emprego, especialmente para pessoas sem qualificação específica para outras atividades. As charuteiras, responsáveis pela produção manual, representam a alma da indústria. Entretanto, a alta carga tributária e a cobrança indevida do IPI, imposto sobre produtos industrializados, que é de 30%, incidem sobre um produto que não é industrializado, ou seja, feito 100% de forma manual.

No mercado internacional, o Brasil encontra barreiras à exportação. As taxas de importação brasileiras, que giram em torno de 26%, são consideravelmente mais altas que as de países como Nicarágua, República Dominicana e Cuba, que pagam em média 6%. Essa disparidade coloca o Brasil em desvantagem competitiva no cenário global.

Outro desafio enfrentado pelo setor é a diferença entre a produção manual de charutos e a produção mecanizada de cigarros. A mão de obra qualificada das charuteiras limita a produção a 120-200 charutos por dia, enquanto máquinas produzem até 30 mil cigarros por minuto. Essa disparidade, muitas vezes ignorada nas políticas governamentais, exige reconhecimento da singularidade do charuto premium.

O tabaco, componente essencial do charuto, possui raízes profundas na história e na economia brasileira. Outrora o principal produto agrícola ao lado do café, o tabaco ainda tem 95% da produção exportada. A importância cultural e econômica do tabaco, presente até na bandeira da república, deve ser valorizada e considerada nas políticas que afetam o setor.

Diante dos desafios, o futuro da indústria de charutos premium no Brasil depende de medidas que incentivem a inovação, reduzam a carga tributária e facilitem a exportação. Reconhecer o valor cultural e histórico do tabaco, além do potencial de geração de renda e emprego, é fundamental para o desenvolvimento sustentável do setor.

Fonte: JAMMCigar

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