Publicado em: 16/12/2020 às 17:40hs
No ano da pandemia, a China se fortaleceu como principal mercado de comércio exterior com o Brasil. Antes, os Estados Unidos ocupavam o primeiro lugar em comércio com o Brasil. Com a guerra tarifária intensa entre os países China e Estados Unidos, produtores agrícolas brasileiros têm uma oportunidade ainda maior de exportação.
“O Brasil é um dos principais produtores de proteína animal e vegetal do mundo e a China, por sua vez, tem a maior população mundial, com 1,4 bilhão de pessoas. Com a lacuna comercial deixada pelos Estados Unidos, produtos como soja, milho, carnes de aves e bovinos podem ser supridas pelos produtores brasileiros. Tanto que os chineses já estão adquirindo as safras do ano que vem”, explica o diretor da Tek Trade, uma das maiores empresas do ramo de importação e exportação de Santa Catarina, Rogério Marin.
Entretanto, o especialista afirma que é necessário também que o Brasil passe a importar mais para que, passado o protecionismo no comércio mundial, o país possa se consolidar em outros mercados. “O Brasil ainda exporta e importa muito pouco. Quase 23,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é relacionado ao comércio exterior. É importante ao pequeno, médio e grande negociar com o mundo. Isso significa também importar insumos e fertilizantes como ureia, por exemplo, para ser mais competitivo ao exportar. Também significa menos risco cambial já que você estará comprando e vendendo em dólar”, explica.
“Na área agrícola, por exemplo, também existem produtos específicos com alíquota zerada de importação. Ou seja, de produtos que não tem similar nacional equivalente. É mais comum para máquinas e motores agrícolas, por exemplo”, esclarece.
O Brasil exporta 7,2% da sua produção agrícola e tem no agronegócio a maior fatia de contribuição na balança comercial. O Estado de Santa Catarina, por outro lado, já atua mais fortemente no comércio exterior através de cooperativas. É um exemplo de como as associações podem ampliar ainda mais o potencial de mercado de produtores.
“Precisamos desenvolver a cultura de importação e exportação para pequenos e médios produtores que poderem vender seus produtos para novos mercados. Ou seja, todos têm potencial para exportar, mas são poucos os que participam e lucram com este mercado. A verdade é que podemos alcançar resultados positivos em outros segmentos do agronegócio como o leite, a maricultura e as frutas, a exemplo do que já acontece com frangos e suínos. É importante que o produtor procure a consultoria de uma empresa especializada para melhorar seus processos de importação e exportação”, complementa.
Produtores agrícolas interessados em atuar no mercado externo podem entrar em contato com consultores da Tek Trade. “Existe todos os meses uma demanda que recebemos do mercado externo e que buscamos atender através de produtores brasileiros. Estreitar ainda mais esse contato com o setor é importante para ampliar ainda mais a atuação do Brasil no comércio exterior. Se o produtor tiver acesso à exportação, poderá ganhar com a questão cambial e vender no melhor preço”, analisa.
Fonte: Rotas Comunicação
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