Publicado em: 10/06/2025 às 11:15hs
O novo Mapa de Aptidão Agrícola das Terras do Brasil foi atualizado e já está disponível ao público. Produzido por pesquisadores da Embrapa Solos (RJ) e do IBGE, com apoio financeiro do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o material classifica o potencial agrícola de todo o território nacional com base em três níveis de manejo e diversos tipos de uso da terra.
A cartografia é gratuita e pode ser acessada nas plataformas GeoInfo da Embrapa e no Portal de Dados do PronaSolos. A iniciativa serve como importante ferramenta de apoio a políticas públicas voltadas ao uso sustentável da terra e ao planejamento regional agrícola.
O mapa indica o potencial das terras para produção agrícola, considerando três níveis de manejo:
A classificação considera a aptidão para lavouras, pastagens plantadas e nativas, além da silvicultura (exploração florestal). Para cada tipo de solo e relevo, são avaliados fatores limitantes como:
Esses fatores recebem diferentes graus de limitação (de nulo a extremamente forte) e ajudam a definir o tipo de uso mais apropriado para cada área.
Segundo o pesquisador da Embrapa, Amaury de Carvalho Filho, o novo mapa permite visualizar o potencial agrícola das terras para diferentes perfis de produtores: desde pequenos agricultores com poucos recursos até grandes empreendimentos de alta tecnologia.
Ele exemplifica que áreas com solos e relevo desfavoráveis à mecanização podem ser inadequadas para grandes lavouras tecnificadas, mas ainda assim viáveis para a agricultura familiar, com boas margens de rentabilidade usando técnicas simples.
O estudo classifica as terras de acordo com a aptidão agrícola nos três níveis de manejo:
A base de dados utilizada inclui:
O método aplicado segue o Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras, desenvolvido pela Embrapa. A análise cruza dados como tipo de solo, textura, relevo, erosão, rochosidade e saturação por bases, permitindo representar as potencialidades agrícolas em uma escala regional.
Importante destacar que áreas protegidas, como unidades de conservação e terras indígenas, foram excluídas da avaliação. Na Amazônia, apenas áreas já desmatadas foram consideradas no estudo, com o objetivo de orientar o uso sustentável das terras que já estão inseridas na produção agropecuária.
Por estar na escala 1:500.000, o mapa tem uso recomendado para planejamentos regionais, como:
O pesquisador da Embrapa, José Francisco Lumbreras, destaca que, apesar da escala ampla, o material pode apoiar cooperativas, associações de produtores e grandes proprietários rurais na tomada de decisões estratégicas.
Programas nacionais como o PronaSolos e o Zoneamento de Risco Climático (Zarc) devem se beneficiar diretamente das informações.
Com essa nova versão, o Brasil passa a contar com uma ferramenta estratégica e atualizada para promover o uso mais eficiente, seguro e sustentável de suas terras agrícolas. O mapeamento representa um importante passo rumo à ampliação da produção agropecuária com responsabilidade ambiental e social.
Fonte: Portal do Agronegócio
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