Análise de Mercado

MT detém 24,6% da produção nacional

A produção mato-grossense de grãos na safra 2014/2015 será de aproximadamente 49,795 milhões de toneladas, ou seja, 24,6% de tudo que o país irá colher neste ciclo (202,18 milhões/t)


Publicado em: 13/01/2015 às 19:30hs

MT detém 24,6% da produção nacional

É o que prevê o 4º levantamento de grãos divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nessa sexta-feira (09.01), que calcula uma expansão da produção de Mato Grosso semelhante à nacional, de 4,4% e 4,5%, respectivamente.

O relatório da Conab aponta que as fronteiras agrícolas contribuíram para o aumento da produção nacional. “São regiões normalmente com áreas de pastagens (degradadas, na sua maioria), relativamente plantas (chapadões) favoráveis à mecanização e, sobretudo, carente de infraestrutura e baixa fertilidade”.

Principal cultura do Estado, a soja deverá alcançar 28,216 milhões (t) neste ciclo, contra os 26,411 milhões (t) da safra 2013/2014, o que representalta a de 6,7%. Conforme o levantamento da estatal, a área plantada aumentou 4,7%, mas a produtividade chegou a “tímido” 1,9% de aumento. Durante a divulgação dos números, a recém-empossada ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Kátia Abreu, disse que os produtores podem comemorar, pois estão em situação confortável com o aumento na produtividade e lucratividade nas exportações.

“O PIB Agro de 2015 tem grandes chances de ser melhor que o de 2014. O produtor tem crédito disponível. Nesses 5 meses de Plano Agrícola e Pecuário (PAP), já foram tomados R$ 70 bilhões do crédito rural disponível, 14% a mais se comparado ao Plano passado. Existe a possibilidade de aumento dos custos. Entretanto, acredito que isso ocorrerá somente para a safra 2015/2016, já que para esta safra já foi plantada e a venda antecipada. Mas certamente vamos agilizar ações estruturais em conjunto com as diversas entidades do governo federal para que essas questões sejam solucionadas da melhor maneira, sem prejudicar o agricultor”, afirmou.

A estimativa da Conab é de que Mato Grosso, maior Estado produtor de algodão, deva sofrer a maior redução absoluta do país. Cerca de 80,4 mil hectares deixarão de ser plantados nesta safra, sendo que a redução equivale a 12,5% da área total. No Estado, o plantio do algodão 1ª safra já foi finalizado, sendo que a cultura atravessa as fases de germinação.

Responsável por 86,5% da produção nacional, a cultura do girassol no Estado deve retrair nesta safra, segundo o 4º levantamento da Conab. A redução esperada na produtividade e na produção é a mesma, 11,4%, apesar da área plantada não ter sofrido alteração. A Companhia prevê 126,2 mil hectares cultivados.

O presidente do Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis, maior região produtora do país, Alex Nobuyoshi Utida, tem dúvidas sobre essa previsão da Conab em relação ao girassol. Ao contrário do que é apontado pelo órgão, a perspectiva do sindicato é de incremento na área, que começa a ser plantada a partir de 25 de fevereiro.

“Está cedo para falar alguma coisa do girassol. Mas a redução do milho vai acontecer em todo Brasil. Talvez seja menos expressivo do que se espera, mas o girassol não estou vendo redução, pelo contrário, aumento. Como o pessoal plantou soja mais tarde e saiu da janela do milho, a tendência é partir para o girassol. Porém, o preço ainda não sabe. É uma incógnita”, pontua Utida.

A queda anunciada na produção do milho 2ª safra em Mato Grosso ainda não está na estimativa da Conab, que apresenta no 4º levantamento uma alta de 3,2%, tanto na produção quanto na produtividade. O superintendente Regional da Conab em Mato Grosso, Petrônio de Aquino Sobrinho, explica que essa previsão está distante da realidade porque a decisão de plantio do milho da 2ª safra só vai ser tomada no mês que vem.

“Só quando a colheita da soja atingir entre 50% a 60% da área a gente terá condição material de estimar o quadro real do que vai acontecer com a cultura. A Conab não tem esses dados colhidos a campo, por isso, preserva os dados anteriores. Só no levantamento de março teremos uma prévia com segurança”, afirma o superintendente.

Segundo Sobrinho, a Conab trabalha com números conservadores em quase todas as culturas de 2ª safra, como o girassol. “Por isso fica essa discrepância com o levantamento do setor (Imea)”, ressalta. De acordo com o último Boletim Semanal do Milho, publicado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) em 19 de dezembro de 2014, a 2ª safra do grão no ciclo 2014/2015 terá redução de 12,18% na área, 6,20% na produtividade e 17,62% na produção.

Colheita - Conforme o Imea, até 8 de janeiro, 2% do total de área plantada na safra atual (8,9 milhões de hectares) da soja de Mato Grosso já havia sido colhida, o que representa crescimento em relação à safra 2013/2014.

“O clima está ajudando muito a colheita, estamos tendo bastante sol e isso influencia. Mas o ritmo está normal e vai se intensificar a partir das próximas semanas. O forte mesmo será a partir da 2ª semana de fevereiro, em virtude do atraso do plantio no ano passado, com a estiagem”, comentou o vice-presidente da região Norte da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Silvésio de Oliveira. A região dele já tem um percentual de 1,9% de soja colhida.

O Instituto aponta o Oeste de Mato Grosso como a região que mais colheu até agora, com 1,089 milhão de hectares de área. Já onde ainda não se iniciou a colheita foi nas fazendas do Leste, cujos produtores, historicamente, plantam e colhem mais tarde. “Aqui, a colheita só inicia no final de janeiro mesmo. Normalmente, planta-se mais tarde e, nesta safra, por conta do atraso do plantio, será um pouco mais tarde ainda. Estamos esperando para o final de janeiro e início de fevereiro”, salientou o vice-presidente da Aprosoja na região, Endrigo Dalcin.

Fonte: Gazeta Digital

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