Publicado em: 29/09/2025 às 07:00hs
Em 2025, a capacidade estática de armazenagem de grãos no Brasil chegou a 213 milhões de toneladas, representando crescimento de apenas 0,5% em relação ao ano anterior, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No mesmo período, a produção de soja e milho manteve média anual de crescimento de 6% desde 2010. Atualmente, o país conta com 11.921 unidades armazenadoras ativas, com Mato Grosso liderando em capacidade instalada, somando 52 milhões de toneladas, enquanto o Rio Grande do Sul lidera em número de estabelecimentos, com 3.278 unidades.
Apesar do crescimento modesto, o principal gargalo não é apenas a falta de espaço. Mais de 90% das unidades operam com processos manuais, dependendo de operadores para acionar sistemas básicos de aeração e controle. “Isso aumenta o risco de deterioração, já que o grão é um organismo vivo e responde a alterações de temperatura e umidade”, alerta Adriano Mallet, diretor da Agrocult Consultoria e Treinamento em Armazenagem, com mais de 30 anos de experiência no setor.
Especialistas apontam que a modernização das unidades por meio do retrofit é a forma mais rápida de aumentar a eficiência operacional. “Com automação, a unidade deixa de depender de rotinas manuais. Sensores monitoram em tempo real e acionam os equipamentos necessários para manter as condições ideais. O ganho de eficácia na armazenagem compensa o investimento”, afirma Everton Rorato, diretor comercial da PCE Engenharia.
Além de reduzir perdas, custos com energia e mão de obra, a atualização tecnológica prepara os armazéns para a valorização da qualidade do grão. “Hoje, já se remunera pelo teor de óleo e proteína, indicadores diretamente ligados à performance da armazenagem. Unidades modernizadas tornam-se mais competitivas nesse cenário”, completa Rorato.
Fonte: Portal do Agronegócio
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