Publicado em: 11/06/2015 às 09:50hs
Na primeira quinzena de 2015, ainda embalada pelas festas de final do ano, a cotação média do suíno no mercado de São Paulo ficou em R$ 4,67 o quilo vivo e daí em diante perdeu sustentação até chegar ao mínimo de R$ 3,06 na primeira quinzena de maio, de acordo com os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA). No entanto, no último mês as cotações se recuperaram e na última semana o mercado já ultrapassava os R$ 3,50 na média do mercado paulista. O movimento de alta ainda parece ter fôlego e o preço voltou a subir nas duas primeiras semanas de junho, e a cotação máxima já ultrapassa R$ 3,70 no mercado de São Paulo.
Um dos fundamentos básicos do estancamento das perdas de preço no mercado de suínos vivos é o equilíbrio entre a oferta de animais para o abate e a demanda pela carne no mercado interno e externo. Se pelo lado da demanda enfrentamos uma perda de espaço no mercado externo, que voltou a sinalizar uma melhora apenas em abril e maio, e uma economia estagnada no mercado doméstico, que afeta o consumo das famílias, do lado da oferta de animais também não tivemos surpresas com o excesso de oferta para o abate no primeiro trimestre de 2015. Feitas as contas de oferta e demanda o mercado sinaliza um espaço para aumento das cotações. Logicamente que o preço nas nuvens da carne bovina é sempre um incentivo para a dona de casa aprender a consumir cada vez mais carne suína.
O abate de suínos com inspeção federal no primeiro trimestre ficou em pouco mais de 8 milhões de animais de acordo com o Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal (SIGSIF) do Ministério da Agricultura. Esse volume é 5,57% maior que o primeiro trimestre de 2014 mas ainda 2,72% menor que o primeiro trimestre de 2013. Neste aspecto, o aumento da oferta é mais uma recuperação das perdas de anos anteriores do que ainda de um crescimento efetivo da produção brasileira. A abate SIF de suínos em 2014 fechou em 32,94 milhões de suínos, 2,12% menor que em 2012, que devido à crise aumentou a oferta e encerrou o ano com 33,63 milhões de suínos abatidos. Em resumo, somente em 2015 iremos superar o abate atingido em 2012, e somente a partir disso teremos um crescimento efetivo do mercado.
No cenário internacional o mês de maio também trouxe boas notícias, com a exportação de 40,7 mil toneladas de carne suína “in natura”, maior volume mensal embarcado em 2015 segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (SECEX/MDIC). Depois de um fraco desempenho no comércio exterior no primeiro trimestre, o volume exportado de carne suína em maio foi 13,2% superior a abril de 2015 e 25,2% superior a maio de 2014. Recuperação que se faz necessária para pelo menos tentar igualar o mesmo volume exportado em 2014, de 494 mil toneladas, meta que ainda parece distante da realidade do mercado internacional para carne suína brasileira.
Fonte: Blog do Coser
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