Publicado em: 08/10/2025 às 12:00hs
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), vinculado à Esalq/USP, divulgou suas agromensais referentes a setembro de 2025, trazendo um panorama atualizado dos principais mercados agrícolas do país. Os dados mostram oscilações significativas em produtos como açúcar, algodão, arroz, boi, café, etanol, feijão, frango, milho, ovinos, soja e trigo.
A seguir, confira os principais destaques do mês.
Desde o início da safra 2025/26, em abril, as médias mensais do Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal branco (Icumsa 130 a 180) têm se mantido abaixo das registradas no mesmo período do ano passado.
Em setembro, a diferença negativa foi a maior do ciclo até o momento, refletindo a maior disponibilidade de oferta no mercado paulista e o ritmo firme de moagem nas usinas.
A colheita da safra 2024/25 de algodão está praticamente concluída no Brasil, e o beneficiamento da pluma já atinge cerca de 50% da produção, que deve ser recorde.
Com a alta disponibilidade no mercado spot, vendedores vêm demonstrando maior flexibilidade nos preços, enquanto compradores seguem ofertando valores mais baixos, o que tem limitado o fechamento de novos negócios.
O mercado de arroz em casca registrou quedas consecutivas em setembro no Rio Grande do Sul.
Segundo o Cepea, indústrias relatam dificuldades nas vendas do produto beneficiado, o que restringe as compras de grandes volumes da matéria-prima e impede a recuperação dos preços.
Tradicionalmente, setembro é um mês de oferta restrita e preços em alta para o boi gordo.
No entanto, em 2025, o cenário se inverteu: o Cepea apontou pressão baixista nas negociações de balcão, que servem como referência para todo o setor pecuário.
As chuvas registradas em meados de setembro trouxeram otimismo aos cafeicultores brasileiros, especialmente nas lavouras de arábica da região Sudeste.
Essas precipitações devem favorecer o desenvolvimento da safra 2026/27, e produtores agora aguardam a abertura das flores nas principais áreas produtoras.
O mercado de etanol apresentou alta nos preços em setembro, conforme dados do Cepea.
O etanol hidratado encerrou o mês com média de R$ 2,7583/litro, alta de 3,25% frente a agosto.
Já o etanol anidro (spot e contratos) subiu 4,33%, alcançando R$ 3,0999/litro, impulsionado pela maior demanda e ajustes de oferta nas usinas.
O mercado de feijão mostrou-se aquecido em setembro, com destaque para o segmento do feijão preto.
A insegurança quanto ao clima e o desempenho da primeira safra 2025/26 levaram agentes a adotarem uma postura cautelosa nas negociações.
Pela primeira vez desde o caso de gripe aviária em maio, os preços médios da carne de frango voltaram a subir em setembro, comparados ao mês anterior.
A recuperação da demanda e o ajuste na oferta contribuíram para o movimento positivo no setor.
Os preços do milho oscilaram levemente em setembro.
Compradores evitaram aquisições volumosas diante da grande produção nacional e das exportações abaixo do esperado até meados do mês.
Com a colheita da segunda safra praticamente finalizada, muitos produtores seguraram as vendas, optando por negociar apenas quando necessário ou diante de valores mais atrativos.
O rebanho de ovinos no Brasil alcançou 21,9 milhões de cabeças em 2024, segundo o IBGE, alta de 0,3% em relação a 2023.
Embora o crescimento seja modesto, o número representa um recorde histórico da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM).
O mercado de óleo de soja ficou mais competitivo em setembro, impulsionado pela maior demanda das indústrias de biodiesel.
Esse segmento, beneficiado por vantagens tributárias como a isenção de ICMS, apresentou maior poder de compra frente às indústrias alimentícias, acirrando a disputa interna pelo produto.
Com o avanço da colheita da nova safra de trigo e o aumento da oferta interna, as cotações seguiram em queda em setembro.
A desvalorização externa e a queda do dólar ao final do mês intensificaram o movimento baixista no mercado doméstico.
Fonte: Portal do Agronegócio
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