Análise de Mercado

Masterclasses de azeites extravirgens mostram aromas e sabores a varejo e food services gaúchos

O Conselho Oleícola Internacional (COI), com apoio do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), promoveu masterclasses em Porto Alegre, destacando as qualidades sensoriais e comerciais do azeite extravirgem para varejistas e restaurantes


Publicado em: 09/10/2025 às 11:45hs

Masterclasses de azeites extravirgens mostram aromas e sabores a varejo e food services gaúchos
Foto: Nestor Tipa Júnior
Experiência sensorial e mercado de azeites extravirgens

As atividades ocorreram no Olivas no Cais e na sede da Fecomércio RS, entre os dias 3 e 5 de outubro, no Cais Embarcadero. O objetivo foi capacitar representantes do varejo e food services a identificar diferenças entre azeites extravirgens genuínos e produtos de qualidade inferior, além de abordar o uso correto, valor agregado e potencial comercial do produto.

O presidente do Ibraoliva, Flávio Obino Filho, ressaltou a importância do evento e do esforço do setor para inserir o Brasil no COI. “Existe o desejo do Conselho, do Ministério da Agricultura e dos produtores de que o Brasil faça parte do COI, e vamos seguir trabalhando juntos nesse sentido”, afirmou.

Ações do Ministério da Agricultura contra fraudes

A primeira palestra foi conduzida por Helena Pan Rugeri, Coordenadora-Geral de Qualidade Vegetal do Ministério da Agricultura. Ela destacou o trabalho do órgão no combate à fraude de azeites no Brasil.

“Não há como sobreviver em um mundo sem produtos genuínos. Promover o desenvolvimento sustentável das cadeias produtivas é uma necessidade”, afirmou Rugeri.

Crescimento global e estrutura do COI

O diretor-executivo adjunto do COI, Abderrraouf Laajimi, apresentou a estrutura do conselho, que engloba 47 países, com 21 nações responsáveis por 95% da produção global de azeite.

Segundo Laajimi, o consumo mundial de azeite dobrou nos últimos 35 anos. Os Estados Unidos são o maior importador, com 35% das compras externas, seguido pelo Brasil, com 8%. Portugal, Espanha, Argentina e Itália lideram a exportação para o mercado brasileiro.

“O azeite extravirgem é um produto versátil, com muitas qualidades. Por isso, é fundamental saber identificar suas características reais”, explicou. Laajimi também ressaltou a importância da tecnologia e inovação na produção, assim como a necessidade de enfrentar mudanças climáticas por meio de novas variedades e técnicas de cultivo.

Avaliação sensorial e logística do azeite

As pesquisadoras Susana Mattar, da Universidad Católica de Cuyo (Argentina), e Ana Cláudia Ellis, da Universidad de la República (Uruguai), abordaram aspectos sensoriais e logísticos do azeite extravirgem, desde a produção até o ponto de venda.

Os participantes puderam realizar degustações de olfato e sabor, conhecendo na prática as diferenças entre azeites de alta e baixa qualidade.

Varejistas e food services ampliam conhecimento

Segundo Flávio Obino Filho, as masterclasses foram positivas para o setor.

“No Masterclass Varejo reunimos os principais players do estado. Grandes supermercados puderam diferenciar azeite extravirgem de azeite virgem ou sem qualidade, entendendo melhor o mercado e o papel do supermercadista ao oferecer produtos de qualidade ao consumidor”, destacou.

Degustação de azeites premiados e próximos passos

O evento foi finalizado com a degustação de 15 marcas premiadas no concurso internacional Mario Solinas, referência mundial em azeites extravirgens.

Sobre a entrada do Brasil no COI, Obino Filho reforçou que o processo segue em andamento: “Nós vamos fazer todo o esforço possível, com articulação junto ao governo federal e deputados, para viabilizar esse ingresso”.

Fonte: Portal do Agronegócio

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