Publicado em: 24/07/2025 às 11:05hs
Mesmo com a estimativa de alta de 5,5% no PIB de Mato Grosso do Sul no primeiro semestre de 2025, impulsionada principalmente pela agropecuária, o setor rural enfrenta dificuldades com a falta de coerência nas políticas públicas. A avaliação é de Eduardo Monreal, presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG).
Monreal aponta falhas no recém-lançado Plano Safra 2025/2026. Apesar da previsão de R$ 89 bilhões destinados à agricultura familiar, os juros de até 8% são considerados pouco competitivos. Além disso, ele critica as dificuldades impostas ao acesso ao crédito por parte de pequenos e médios produtores, o que, segundo ele, impede que o discurso de protagonismo do setor rural se traduza em realidade.
“Há uma retórica de apoio ao campo, mas sem as condições necessárias para que esse protagonismo seja de fato exercido”, afirma.
Outro ponto de crítica é o contingenciamento de verbas do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Para Monreal, a medida fragiliza a principal ferramenta de mitigação de riscos à disposição dos produtores, especialmente em um momento em que os eventos climáticos extremos se tornam mais frequentes.
“É inaceitável que, ao mesmo tempo em que o governo estimula a produção, retire do produtor o único instrumento eficaz de proteção. Isso beira a irresponsabilidade”, destaca.
Monreal reconhece o esforço dos produtores sul-mato-grossenses, que vêm diversificando culturas e expandindo a produção pecuária. No entanto, ele ressalta que, sem políticas públicas coerentes e bem planejadas, o Brasil perde a oportunidade de consolidar sua maior riqueza: o campo.
“Sem proteção, o incentivo é incompleto. O Plano Safra, da forma como está, vira apenas uma peça publicitária. E o país continua desperdiçando uma de suas maiores riquezas: o agronegócio”, conclui.
Fonte: Portal do Agronegócio
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