Publicado em: 16/06/2025 às 13:30hs
O Brasil celebra em 15 de junho o Dia Nacional da Agricultura Irrigada, instituído pela Lei 14.830/24. A data destaca a relevância da irrigação não apenas como fator de aumento da produtividade, mas também como elemento essencial para a segurança alimentar, estabilidade econômica e gestão hídrica sustentável no país.
Segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), atualmente o país conta com cerca de 8,5 milhões de hectares irrigados. Com políticas públicas eficazes e investimentos em tecnologias sustentáveis, a área irrigada pode alcançar 18,1 milhões de hectares até 2040, gerando um impacto positivo de R$ 37,1 bilhões no PIB brasileiro.
“A irrigação permite que o produtor colha mais, com melhor qualidade e em menor tempo, mesmo diante de variações climáticas”, explica Elidio Torezani, engenheiro agrônomo e diretor da Hydra Irrigações, primeira revenda Netafim no Brasil.
Apesar do crescimento, o Brasil ainda explora uma parcela do seu potencial total. Um estudo da Esalq/USP, em parceria com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), aponta que o país possui 53,4 milhões de hectares com potencial para irrigação, considerando áreas agrícolas e pastagens dentro de critérios ambientais sustentáveis.
Atualmente, a irrigação representa 50,5% do uso de água no Brasil, conforme a CNA. Porém, a técnica é muitas vezes subutilizada ou aplicada de forma ineficiente, o que ressalta a importância de capacitação técnica e da adoção de tecnologias avançadas, como sensores de umidade e sistemas automatizados.
“Com ferramentas modernas, é possível irrigar com precisão, sem desperdício, respeitando o solo e os recursos naturais. O solo não é um reservatório infinito e, se ultrapassada sua capacidade, a água é perdida ou causa erosão”, explica Torezani.
Se o ritmo atual de expansão se mantiver — entre 180 mil e 200 mil hectares por ano — o país terá aproximadamente 12,1 milhões de hectares irrigados em 2040, segundo a CNA. Para alcançar o cenário mais otimista, são necessários incentivos estruturados, linhas de crédito acessíveis e apoio técnico qualificado.
“Irrigar vai além de molhar a lavoura; é devolver ao solo e à atmosfera, por meio da evapotranspiração, um recurso que não se perde quando bem manejado”, reforça o engenheiro.
A irrigação moderna permite ajustar o volume de água às necessidades diárias das culturas, garantindo economia e maior produtividade, especialmente quando combinada à automação dos sistemas.
“No Brasil, já existem projetos irrigados de alto desempenho, com impacto direto na renda dos produtores e na oferta de alimentos para a população. A agricultura irrigada é um motor silencioso da segurança alimentar”, conclui Torezani.
Fonte: Portal do Agronegócio
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