Publicado em: 28/05/2025 às 09:00hs
No Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, a cadeia produtiva do tabaco destaca-se como um exemplo claro da integração entre o setor agrícola e industrial. Essa sinergia, promovida pelo Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT), estimula a produção sustentável, a modernização e a eficiência nas propriedades rurais, gerando impactos econômicos e sociais relevantes.
As indústrias de tabaco no Rio Grande do Sul respondem por mais de 40 mil empregos diretos. Em 2024, as exportações do setor quase atingiram a marca de US$ 3 bilhões. Apenas nos primeiros quatro meses de 2025, o tabaco liderou as exportações gaúchas, totalizando mais de US$ 900 milhões embarcados — superando produtos tradicionais como carne de frango, cereais e farelo de soja.
Segundo pesquisa encomendada pelo SindiTabaco junto à consultoria Deloitte, as exportações devem crescer entre 10,1% e 15% em relação a 2024. Para Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco, esse avanço representa não só números positivos, mas oportunidades reais para mais de 200 municípios gaúchos produtores de tabaco, que encontram na atividade uma das principais fontes de desenvolvimento local.
Cidades como Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires concentram o maior complexo mundial de processamento de tabaco. As indústrias instaladas nessas regiões são reconhecidas mundialmente pela tecnologia avançada e certificações ISO, empregando diretamente mais de 40 mil trabalhadores e gerando milhares de empregos indiretos na cadeia produtiva. No campo, a produção da matéria-prima emprega aproximadamente 626 mil pessoas em mais de 500 municípios gaúchos.
No Dia da Indústria, Valmor Thesing destaca a importância dessa união entre agro e indústria: “Celebramos a capacidade de unir o agro e a indústria em uma parceria que transforma vidas, movimenta economias locais e posiciona o país como líder global.” O sindicato que ele representa reúne 14 indústrias do setor tabagista.
Apesar do crescimento, o setor enfrenta desafios importantes, principalmente relacionados ao cenário regulatório brasileiro. Um exemplo é a proibição dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), segmento em expansão no mercado global.
Para Thesing, regulamentar esse mercado é essencial para garantir a continuidade e o futuro da cadeia produtiva no Brasil, aproveitando a infraestrutura industrial já consolidada e promovendo um modelo sustentável e eficiente.
Ele reforça: “Defender a regulamentação desse segmento é garantir que os produtores brasileiros tenham espaço nesse novo modelo de negócios. O futuro da nossa cadeia produtiva depende da nossa capacidade de inovação, adaptação e diálogo com a sociedade e os órgãos reguladores.”
Fonte: Portal do Agronegócio
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