Publicado em: 03/09/2024 às 18:00hs
A nova safra de cana-de-açúcar em Alagoas começou com grandes expectativas, prevendo-se o processamento de 21 milhões de toneladas. As usinas Pindorama e Santo Antônio deram início às suas operações na última segunda-feira, 26 de agosto. Segundo dados do Sindaçúcar-AL, outras usinas iniciarão a moagem em setembro, sinalizando um aumento superior a 8% em relação à safra passada, que processou pouco mais de 19,3 milhões de toneladas.
A projeção para a safra 24/25 inclui a produção de aproximadamente 1,7 milhão de toneladas de açúcar, das quais quase 1,3 milhão serão do tipo VHP (Very High Pol) e mais de 477 mil toneladas de açúcar cristal. A produção de etanol deve atingir cerca de 470 milhões de litros, produzidos por 12 das 15 usinas em operação, representando um crescimento de 3,7% em relação ao ciclo anterior.
Pedro Robério Nogueira, presidente do Sindaçúcar-AL, ressaltou a recuperação significativa do setor desde a safra 16/17, quando a moagem caiu abruptamente. Nogueira atribui essa recuperação ao clima favorável e à gestão eficiente dos produtores, que renovaram os canaviais e impulsionaram a produção.
“Passamos por um processo de recuperação desde a safra 16/17, quando a moagem caiu de 23 milhões de toneladas para 13,7 milhões. Foi um evento devastador que durou três anos. Desde então, a recuperação tem sido lenta, mas consistente. Há dois anos, chegamos a pouco mais de 20 milhões de toneladas, e na safra passada processamos mais de 19 milhões. Com um clima mais favorável, esperamos atingir cerca de 21 milhões de toneladas nesta safra”, afirma Nogueira.
Na Cooperativa Pindorama, a safra foi inaugurada com uma celebração religiosa, marcada pela presença do presidente Klécio Santos, que destacou o crescimento da usina. A cooperativa, que agora ocupa o quinto lugar em moagem e o terceiro em faturamento, prevê um aumento de 5% no processamento de cana, com 80% da produção destinada ao açúcar.
“Começamos a nova safra graças ao empenho de nossos colaboradores e associados. Saímos da posição de menor destaque e agora somos a quinta usina em termos de moagem e a terceira em faturamento”, observa Santos. A cooperativa também planeja aumentar a produção de etanol a partir de grãos, como milho e sorgo, atingindo um volume combinado de 70 milhões de litros.
No Nordeste, a previsão é de uma produção de 59,62 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para o ciclo 24/25, o que representa um crescimento de 5,6% em relação à safra anterior. No Norte, a produção estimada é de 4,04 milhões de toneladas, com um aumento de 2,6% em comparação ao ciclo 23/24.
A estimativa para a produção de cana no Brasil para a safra 24/25 é de 689,8 milhões de toneladas. Se confirmada, será a segunda maior produção da série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), atrás apenas da safra anterior. Com uma previsão de 8,63 milhões de hectares destinados à colheita, o crescimento de 3,5% em relação ao ciclo 2023/2024 é ofuscado por uma redução de 3,3% na produção. A Conab atribui essa redução ao desempenho inferior das lavouras, com uma estimativa de queda de 6,6% na produtividade, que deve alcançar 79,9 toneladas por hectare. Os baixos índices pluviométricos e as altas temperaturas na região Centro-Sul são os principais fatores que devem impactar negativamente a produção.
Fonte: Portal do Agronegócio
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