Publicado em: 14/03/2023 às 09:30hs
Acompanhado consecutivos resultados que apontaram o superávit na balança comercial brasileira no ano passado com a marca de US$ 61,52 bilhões. Isso significa que há mais exportações que importações acontecendo, mas não quer dizer que não haja crescimento nas importações. Pelo contrário: no acumulado do ano passado, as importações totalizaram US$ 272.6 bilhões, alta de 24,2%, em comparação ao mesmo período de 2021. Os dados são do Ministério da Economia.
Três setores vêm se destacando ao apresentarem crescimento nas importações. Os números a seguir são relativos ao ano de 2022:
Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, destaca que o setor agropecuário brasileiro tem um grande potencial para exportação e é fundamental para a economia do país. "A agropecuária é um setor estratégico para o Brasil, pois temos uma grande vantagem comparativa na produção de alimentos e podemos oferecer produtos de alta qualidade para o mercado internacional". No entanto, o especialista alerta para a necessidade de investimentos em infraestrutura e tecnologia para tornar o setor ainda mais competitivo no mercado global.
Os 5 tipos de produtos mais importados pelo Brasil, os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços:
Aproximadamente US$ 24,7 bilhões foram destinados à compra de adubos e fertilizantes químicos em 2022. Os mais de 38 milhões de toneladas do produto que chegaram ao território nacional correspondem a 9,06% do total de importações do período.
Os aditivos são responsáveis por fornecer os nutrientes necessários para o enriquecimento do solo, fundamental para o crescimento das lavouras etc.. Enquanto os adubos são feitos de matéria orgânica, os fertilizantes são produzidos em laboratório e costumam ser mais eficazes. De acordo com um balanço da ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos), das 40 milhões de toneladas usadas no Brasil em 2021, 85% foram importadas.
Para Leonardo Sodré, CEO da GIROAgro, uma das maiores empresas de fertilizantes do país, o ano foi positivo. O mercado de fertilizantes especiais e inteligente toma cada vez mais espaço no mercado internacional e 2022 foi um ótimo ano de abertura para essas tecnologias.
“Nós atingimos altos níveis de produção e negociação com inúmeros países. Se mantivermos o ritmo de investimentos e aprimoramento de técnicas agrícolas com desenvolvimento tecnológico, recordes serão batidos. Isso consolida a posição de destaque do Brasil no mercado global de produção de alimentos e segurança alimentar”, comenta Leonardo.
Além de ocupar o segundo lugar no ranking de importações, os derivados do petróleo são uma das commodities mais importadas pelo Brasil dentro da Indústria de Transformação. Os óleos combustíveis respondem por 8,64% de tudo que foi importado em 2022, o que corresponde a mais de 24 milhões de toneladas do produto só neste ano.
Apesar de ter o petróleo bruto ocupando o segundo lugar do ranking de produtos que o Brasil mais exportou em 2022, o país ainda depende de refinarias no exterior para transformá-lo em combustíveis e derivados. As refinarias nacionais, em sua maioria, não foram construídas com o objetivo de processar o óleo encontrado em território brasileiro, que é mais pesado que o petróleo do Oriente Médio. Em outras palavras, o Brasil exporta petróleo bruto e importa o produto final, que vai para consumo.
Lâmpadas, tubos e válvulas de vácuo, de vapor ou de gás e ampolas retificadoras de vapor de mercúrio são alguns exemplos dessa categoria de produtos, que ficou em terceiro lugar também nos dois rankings. A participação foi de 4,22% no ranking geral e 4,74% no ranking exclusivo da Indústria da Transformação. Mais de 1 milhão de toneladas desses produtos foram importadas no ano passado.
Produtos químicos utilizados na fabricação de medicamentos ocuparam o 4º lugar do ranking, com 3,65% de participação em tudo o que foi importado pelo Brasil em 2022. A categoria ficou em 4º lugar no ranking de importações da Indústria da Transformação. Mais de 783 mil toneladas dessas matérias-primas foram compradas, o que representa um crescimento de 23,6% em comparação com o ano de 2021.
Com 3,64% de participação nas importações brasileiras, os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos em forma bruta ocupam o 5º lugar do ranking geral. Ao observar apenas as subcategorias que pertencem à indústria extrativa, no entanto, o produto alcançou a primeira posição em 2022. O total investido na compra do mineral durante todo o ano foi de US$ 9.9 bilhões, 148,2% a mais que em 2021.
Fábio Pizzamiglio também destaca que o aumento nas importações de setores como a indústria de transformação e a indústria extrativa pode indicar um aquecimento da economia brasileira. Ele afirma que "a indústria de transformação é um setor estratégico para o país, pois é responsável por gerar empregos e impulsionar a cadeia produtiva. Já a indústria extrativa tem um papel importante na produção de energia e em diversos outros segmentos da economia". No entanto, o especialista alerta para a importância de se monitorar o déficit comercial, que pode comprometer a balança comercial brasileira a longo prazo.
Fonte: PressFC
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