Publicado em: 08/01/2025 às 10:35hs
As importações brasileiras de diesel devem manter-se em níveis historicamente elevados em 2025, impulsionadas pelo aumento da demanda interna. Segundo Bruno Cordeiro, analista de Inteligência de Mercado da consultoria StoneX, o consumo projetado de diesel B crescerá 3,2%, enquanto a demanda por diesel A deverá avançar 1,9% em relação ao ano anterior, mesmo com o aumento da mistura de biodiesel de B14 para B15.
Apesar desse cenário, a capacidade ociosa limitada das refinarias brasileiras poderá restringir a expansão da produção interna de derivados, reforçando a necessidade de importação.
Em 2024, as importações de diesel registraram queda de 1,1%, totalizando 14,5 bilhões de litros. Esse recuo foi atribuído a uma corrida por internalizações do produto no final de 2023, antecipando a reoneração do combustível em janeiro de 2024. Durante dezembro, as importações totalizaram 988,6 milhões de litros, uma redução de 48% em comparação ao mesmo mês de 2023.
A produção doméstica de diesel cresceu 3,1% entre janeiro e novembro de 2024, acompanhada pelo aumento da mistura de biodiesel no diesel B, o que reduziu a participação do diesel A nas vendas ao consumidor final.
A Rússia consolidou-se como principal fornecedora de diesel para o Brasil, representando 65,4% das importações em 2024, ante 50,4% em 2023. O analista explicou que a competitividade do produto russo e os esforços da Rússia para ampliar vendas à América Latina, especialmente ao Brasil, impulsionaram esse movimento. Por outro lado, países como Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e Índia perderam espaço no mercado brasileiro.
A StoneX também projeta uma recuperação na demanda por gasolina em 2025, o que poderá aumentar a necessidade de importação do combustível. Isabela Garcia, analista da consultoria, estima um crescimento de 3,4% no consumo de gasolina devido à recuperação de sua competitividade nos postos.
Entretanto, essa previsão pode ser impactada por um eventual aumento na mistura de etanol anidro na gasolina C para 30%, uma decisão ainda em análise pelas autoridades.
Em 2024, as importações de gasolina caíram 30,7%, somando 2,87 bilhões de litros, em meio à redução da demanda e ao crescimento da produção interna, que aumentou 5% entre janeiro e novembro. Já as vendas de gasolina C devem registrar queda de 3,5% no ano, refletindo a maior competitividade do etanol hidratado.
No entanto, dezembro apresentou um aumento de 63% nas importações de gasolina em relação ao mesmo mês de 2023, totalizando 329 milhões de litros, impulsionado pela maior demanda durante as festas de fim de ano e viagens de longa distância.
Fonte: Portal do Agronegócio
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