Publicado em: 04/11/2025 às 18:40hs
O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) manteve, nesta segunda-feira (4), as estimativas da safra 2025/26 de soja em Mato Grosso, principal estado produtor do grão no Brasil. Apesar dos relatos de replantios pontuais provocados pela baixa germinação em áreas afetadas por chuvas irregulares, o levantamento indica que o impacto ainda é limitado.
De acordo com o Imea, a área plantada deve alcançar cerca de 13 milhões de hectares, número estável em relação à projeção de outubro e 1,67% maior que a da temporada anterior. O instituto destacou, porém, que o replantio pode aumentar caso o regime de chuvas não se normalize nas próximas semanas.
“Apesar dos relatos, o volume registrado ainda não foi suficiente para a elaboração de um indicador de ressemeadura”, informou o Imea no boletim mensal.
Consultorias agrícolas também relataram replantios no Centro-Oeste, o que pode atrasar o início da colheita precoce em Mato Grosso, inicialmente previsto para janeiro de 2026. No entanto, há expectativa de chuvas mais regulares nos próximos dias, o que pode aliviar as preocupações dos produtores.
A produtividade média da soja em Mato Grosso foi projetada em 60,45 sacas por hectare, o que representa queda de 8,81% em relação à safra anterior.
Com isso, a produção total deve recuar mais de 7%, para 47,18 milhões de toneladas, conforme as estimativas do Imea. O volume é inferior ao recorde registrado no ciclo anterior, mas ainda mantém o estado na liderança nacional de produção.
O avanço do plantio da soja, que já superou 75% da área prevista, é considerado positivo para a janela de semeadura do milho de segunda safra, também conhecido como safrinha. Segundo o Imea, o bom andamento da soja pode antecipar a colheita e ampliar a disponibilidade de área para o milho, garantindo o cultivo em um período mais adequado.
A área destinada ao milho foi mantida em 7,39 milhões de hectares, alta de 1,83% frente à safra 2024/25. A produção total do cereal, porém, deve cair 6,7%, ficando em 51,72 milhões de toneladas, reflexo de menor produtividade esperada após o recorde do ciclo passado.
O Imea também manteve a projeção da área de algodão em 1,46 milhão de hectares, uma redução de 5,65% em relação ao recorde histórico de 2024/25.
O instituto alerta que o cenário ainda é de incerteza, com preços menos atrativos e custos de produção nos maiores níveis desde 2022/23.
“Os produtores estão focados no desenvolvimento da safra de soja, o que pode influenciar a decisão final sobre a área destinada ao algodão neste ciclo”, destacou o boletim.
A produção de pluma deve alcançar 2,62 milhões de toneladas, uma queda de quase 13% em relação ao ciclo anterior, mantendo-se estável em comparação à estimativa de outubro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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