Publicado em: 31/10/2025 às 11:05hs
Mesmo após a Petrobras anunciar uma redução nos preços da gasolina às distribuidoras, o valor pago pelos consumidores nos postos apresentou ligeira alta em outubro. Segundo levantamento da ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas e meios de pagamento, o preço médio da gasolina subiu 0,22%, alcançando R$ 6,388 por litro. Já o etanol hidratado teve avanço de 0,29%, chegando a R$ 4,455 por litro.
O estudo considerou mais de 25 mil postos de combustíveis em todo o Brasil, com base em transações realizadas entre 1º e 26 de outubro.
De acordo com o diretor de Mobilidade e Operações da ValeCard, Marcelo Braga, a elevação dos preços mesmo após a redução anunciada pela Petrobras é explicada pelo atraso no repasse do ajuste ao consumidor final.
“O repasse ao consumidor depende da renovação dos estoques ao longo da cadeia de distribuição. Postos e distribuidoras ainda operam com combustíveis adquiridos anteriormente, a preços mais altos”, afirmou Braga.
A Petrobras havia anunciado, em 21 de outubro, uma redução de 4,9% no preço da gasolina vendida às distribuidoras. No entanto, os efeitos da medida ainda não foram totalmente refletidos nas bombas, já que os estoques antigos seguem sendo comercializados.
Outro fator que sustentou o preço da gasolina foi a composição obrigatória do combustível no Brasil, que contém 30% de etanol anidro. Em outubro, esse componente registrou aumento de preço, impulsionado pela proximidade da entressafra da cana-de-açúcar e pela menor oferta nas usinas do Centro-Sul.
Esse cenário ajudou a reduzir o impacto da queda anunciada pela Petrobras, principalmente em estados como Goiás e Espírito Santo, onde o etanol teve maior valorização.
“Enquanto os estoques permanecerem limitados, o etanol tende a seguir firme, influenciando diretamente o valor final ao consumidor”, destacou Braga.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) informou que, diante de uma safra abaixo do potencial no Centro-Sul e de um mercado global de açúcar pressionado, as usinas têm ajustado o mix de produção.
Com isso, há maior destinação da cana para o etanol e menor para o açúcar, o que mantém os preços do biocombustível em patamar elevado.
Fonte: Portal do Agronegócio
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