Publicado em: 10/05/2021 às 15:40hs
Neste sábado, 1º de maio, países do mundo todo celebram o Dia Internacional do Trabalhador. A data, que nasceu há mais de 130 anos para reivindicar melhores condições de trabalho, continua relevante nos dias de hoje, e nos convida a refletir, também, sobre as profissões que ganharão destaque ou que serão cada vez mais necessárias em um mundo pós-pandemia.
Nesse contexto, o setor de proteínas alternativas ganha destaque, especialmente por propor soluções para uma cadeia de produção de alimentos mais saudável, segura, sustentável e com capacidade para alimentar as cerca de 10 bilhões de pessoas que o mundo terá até 2050.
De acordo com uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho em parceria com o Banco de Desenvolvimento Inter-Americano, o setor de proteínas alternativas pode gerar até 19 milhões de novos empregos na América Latina na próxima década. Embora o estudo faça a ressalva de que nessa transição cerca de 3 milhões de pessoas deverão perder os seus empregos, o saldo ainda será muito positivo.
Por se tratar de um segmento em crescimento, cria oportunidades para a formação de novos profissionais, produção de novas matérias-primas no campo, unidades de negócios em indústrias já estabelecidas, startups, foodtechs e grupos acadêmicos de pesquisa e desenvolvimento focados em proteínas alternativas.
O mercado está pronto para incorporar essas inovações. Em 2018 o The Good Food Institute Brasil realizou uma pesquisa e descobriu que 29% das pessoas já haviam diminuído o consumo de carnes, 70% delas por motivos de saúde ou restrições alimentares. Em outra pesquisa realizada em 2020, o número cresceu para 50% da população. Os flexitarianos, como são chamados, optam por diminuir o consumo de produtos de origem animal, mas sem abandoná-lo completamente. A expectativa é que esse número continue a crescer, mas, para isso, além de apelos para a saúde, estes novos produtos precisam entregar uma experiência igual ou melhor à proporcionada pelos produtos tradicionais.
E as empresas estão preparando investimentos robustos no setor. Segundo o GFI, empresas globais de proteínas alternativas receberam US$ 3,1 bilhões em investimentos divulgados em 2020. Esse valor é mais de três vezes maior do que o US$ 1 bilhão levantado em 2019 e quatro vezes e meia maior do que os USD $694 milhões levantados em 2018.
Com esse desafio em mãos, a indústria e a academia vão precisar se aproximar ainda mais e trabalhar em sintonia na criação de soluções tecnológicas que garantam a experiência sensorial que o consumidor deseja, garantindo, ainda, produtos saudáveis, seguros e sustentáveis. Serão necessários profissionais altamente capacitados em produzir alimentos a partir do cultivo celular, fermentação e de vegetais.
Para o pesquisador da Embrapa Luciano Paulino da Silva, "as equipes atuantes na área de fabricação digital de alimentos à base de proteínas alternativas deverão ser multidisciplinares e formadas por pessoas que tenham a inovação por princípio fundamental e pensem fora da caixa."
• Designers 3D - dedicados a aperfeiçoar a printabilidade das características desejadas nos alimentos;
• Engenheiros de alimentos e de produção - para escolher ingredientes e equipamentos a serem utilizados no processo;
• Biotecnologistas - para obter células e fibras na fabricação digital de fontes de proteínas alternativas;
• Nanotecnologistas e cientistas de materiais - para finalização do produto.
A professora associada da Universidade Federal do Paraná, Carla Molento, destaca a área de Zootecnia Celular, com especialistas:
• em genética celular, nutrição celular, ambiência celular
• empreendedores para produção dos insumos, como por exemplo agronomia voltada à nutrição celular, ingredientes para meios de cultura
• engenheiros especializados em biorreatores, onde são produzidas as carnes cultivadas a partir de células animais, e fermentadoras de precisão.
• Engenharia Tecidual
• Biologia Sintética
• Engenharia Metabólica
• Biólogos de células-tronco
• Engenheiros de proteínas e enzimas
• Bioquímicos
Fonte: NQM
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