A ponto de a Fundação Getúlio Vargas registrar que a maior influência positiva considerado o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPPA) veio do ovo - que, no bimestre, acumula aumento de 33,37%. As aves também foram citadas, mas seu aumento no ano (segundo a FGV) está em apenas 2,67%.

Isso, porém, não significa que o ovo tenha apresentado comportamento anormal. O produto apenas se reaproximou (isto é, continua ainda aquém) dos níveis alcançados entre março e abril de 2014. Quer dizer: em valores reais, está bem mais barato que há um ano.

De toda forma, com essa valorização, o preço obtido pelo ovo na vigência do real (1994) passa a registrar variação muito próxima daquela alcançada pelo frango vivo e pelo milho. Assim, contra uma variação acumulada de menos de 130% no mês de janeiro, em fevereiro a variação do ovo ficou em quase 256%, índice ainda inferior mas não tão distante dos 279,5% do milho e dos 290% do frango vivo.

O único senão dessa história é que os três produtos continuam aquém do IGP-DI acumulado nesses [pouco mais de] 20 anos. Ou seja:

• Pelo IGP-DI, o frango vivo deveria ser comercializado por R$3,35/kg; em fevereiro, alcançou menos de 70% desse valor;
• A caixa do ovo branco extra, pelo IGP-DI, seria de R$107,49; ficou a pouco mais de 63% desse valor;
• A saca de milho, por fim, custaria R$42,73 pelo IGP-DI. Mas sua cotação média no mês correspondeu a 68% desse valor.

Ou seja: imbatível, a inflação permanece à frente. E, agora, tende a avançar ainda mais rapidamente.