Comparativamente aos preços alcançados um ano antes, em agosto de 2018, frango vivo e ovo fecharam o oitavo mês de 2019 em situação muito mais favorável que a do milho, ao mesmo tempo em que suplantaram significativamente a inflação acumulada, pois enquanto registram evolução de 10% e 20% (frango vivo e ovo, respectivamente), os preços do milho retrocederam quase 13% e a inflação (aqui medida pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas) ficou em apenas 4,32%.

Mas esse cenário muda totalmente de figura quando se toma como base agosto de 1994, ocasião em que o real se encontrava recém-implantado no País. É verdade, neste caso, que com o novo padrão monetário o Brasil deu fim à inflação gigantesca que corroia o Brasil. Mas, nesses pouco mais de 25 anos, muitos preços continuaram evoluindo muito acima do alcançado pelo frango, pelo ovo e por sua principal matéria-prima, o milho.

Para comprovar, basta observar que os três itens permanecem muito aquém da inflação acumulada desde 1994. Assim, frente a um IGP-DI que retrocedeu nos últimos dois meses, mas que acumula variação de 624%, o frango chegou a agosto de 2019 registrando um preço 450% maior, ou seja, 174 pontos percentuais aquém do IGP-DI.

Por seu turno, o milho – que, por exemplo, dez meses atrás (novembro/18) registrava nível de evolução de preço similar ao do frango – prosseguiu em baixa, fechando agosto com incremento não muito superior a 400%, ficando mais de 220 pontos percentuais abaixo da inflação acumulada.

O resultado pior, no entanto, continua recaindo sobre o ovo que, nos últimos tempos, viu desfazer-se a valorização alcançada cerca de dois-três anos atrás. Tanto que o valor médio alcançado em agosto registrou incremento de 278% em relação ao valor de 1994, o que significa valorização que não chega à metade da inflação acumulada no período.