Publicado em: 17/01/2024 às 08:30hs
Em 28 de dezembro, quando o Presidente da República realizou alguns vetos na Nova Lei dos Agrotóxicos, aprovada no Senado, a Nutrientes para a Vida (NPV) recebeu diversas mensagens sobre como ficará a situação dos fertilizantes no Brasil. Mas o primeiro e importante esclarecimento, é entender que fertilizante não é um agrotóxico. Estamos tratando de dois importantes produtos usados na agricultura, mas que possuem funções diferentes.
O registro de um fertilizante é realizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), enquanto os agrotóxicos têm seu registro regulamentado por 3 órgãos: MAPA, Ministério do Meio Ambiente, representado pelo IBAMA, e o Ministério da Saúde, representado pela ANVISA.
De maneira bem simples, o agrotóxico é usado para eliminar, prevenir ou controlar tudo que impede o crescimento de um vegetal. Por outro lado, os fertilizantes, ou adubos, favorecem o crescimento dos vegetais, permitindo melhores produções. Assim, podemos colocar esses dois produtos em lados opostos, com funções totalmente diferentes.
De fato, os agrotóxicos consistem em destruir tudo que pode prejudicar o desenvolvimento de um vegetal, como é o caso dos insetos, das plantas daninhas e de doenças fúngicas e bacterianas. Para tanto, são usados os herbicidas (contra as ervas que competem com as culturas), os inseticidas (contra insetos) e os fungicidas (contra os fungos). Isso se assemelha como as mesmas situações que encontramos em nosso cotidiano, onde controlamos os insetos dentro de casa usando inseticidas contra o pernilongo (transmissor da dengue, zika e chikungunya) ou prevenimos doenças com o uso de vacinas (gripe, febre amarela e mais recentemente o Covid).
No que concerne aos fertilizantes, ou adubos, eles têm um objetivo totalmente diferente dos agrotóxicos, pois sua função é favorecer o crescimento das plantas, fornecendo os nutrientes que permitem o seu crescimento e desenvolvimento. Além disso, os fertilizantes permitem igualmente proteger as plantas contra certas doenças. Se fizermos uma analogia com os seres humanos, os fertilizantes são o alimento, pois é através dele que obtemos os nutrientes necessários para o nosso crescimento e nossa saúde.
A utilização de fertilizantes permite um melhor crescimento das culturas agrícolas e, consequentemente, uma maior produção de alimentos. Por outro lado, os agrotóxicos reduzem os fatores de riscos de perdas da produção, como é o caso dos insetos e plantas daninhas e, igualmente, como um medicamento contra doenças.
Podemos resumir as informações da seguinte forma:
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, o país é responsável por cerca de 8% do consumo global de fertilizantes, ocupando a quarta posição, atrás apenas da China, Índia e dos Estados Unidos. Soja, milho e cana-de-açúcar respondem por mais de 73% do consumo de fertilizantes no Brasil.
Valter Casarin é coordenador geral e científico da NPV - Nutrientes para a Vida
Fonte: NPV - Nutrientes para a Vida
◄ Leia outras notícias