Publicado em: 04/07/2019 às 10:35hs
As bolsas de Chicago e Nova York não operam nesta quinta -feira, 04 de julho, em decorrência do feriado do Dia da Independência comemorado nos Estados Unidos. Os negócios serão retomados na sexta-feira (05) às 10h30 (horário de Brasília).
Assim, os preços apresentados na nossa página inicial são aqueles referentes ao fechamento da última quarta-feira (18).
Confira os últimos fechamentos de soja, milho em Chicago, e café em Nova York.
Soja em Chicago tem boa recuperação em dia de movimentação técnica e compradores aproveitando os baixos preços do grão
Elevado índice de lavouras de soja em condições ruins nos EUA mais redução de área podem representar uma produção inferior a 100 mi/t para a próxima safra
Depois de várias sessões seguidas de queda, o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) corrigiu seus preços e encerrou com altas de 9 pontos nas cotações dos principais vencimentos, nesta quarta-feira (03). Julho/19 encerrou a US$8,85/bushel com alta de 9,5 pts, agosto/19 fechou a US$ 8,89/bushel também com alta de 9,5 pts, Setembro/19 finalizou o dia a US$ 8,95/bushel e Novembro/19 encerrou o dia a US$ 9,08/bushel.
Vlamir Brandalizze, analista de mercado da Brandalizze Consulting, ressaltou que este é mais um dia técnico em Chicago. É véspera do feriado de 4 de julho, com um pregão mais curto. O fundo do poço foi batido e, agora, o mercado começa a se tornar comprador e reverter posições.
Outro fator positivo está no fato de que as condições da semana não são boas para o plantio nos Estados Unidos. Para Brandalizze, dificilmente os produtores vão conseguir avançar com os trabalhos no campo, com risco de grandes perdas. O mercado já começa a imaginar o que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) irá trazer em seu próximo relatório.
Ainda faltam 8% da área ( 2,8 milhões de ha) de soja a ser plantada em solo norte-americano. Cada dia que passa, o risco aumenta bastante. Se os produtores conseguiram cumprir a área projetada inicialmente , de 34 milhões de hectares, a safra de soja poderá ficar bem abaixo do ano passado, com 102,7 milhões de toneladas. Esses cálculos levam em conta os índices elevados de condições regulares e ruins das lavouras nos EUA , que de acordo com o último relatório, representam quase metade da área plantada até o momento.
Em termos de preços, caso esse cenário se configure, Brandalizze acredita que o mercado deve continuar em uma janela entre US$9 e US$10/bushel.
Mercado interno
Com a semana de feriado nos Estados Unidos, houve calmaria no dólar e calmaria para o preço da soja, que gira em torno de R$82 nos portos brasileiros. Esse valor não estimulou negócios e não houve fechamentos. Na safra nova também não há vendedores porque, tanto no curto prazo quanto na safra nova, os produtores brasileiros já conseguiram vender bons volumes , confirma Brandalizze.
Cotações do milho sobem 4% na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira
A quarta-feira (03) chega ao final com os preços internacionais do milho registrando altas de 4% com relação ao último pregão na Bolsa de Chicago (CBOT). As principias cotações registraram valorizações entre 13,50 e 19,50 pontos neste último dia antes da pausa para o feriado de Independência Americana. O vencimento julho/19 foi cotado à US$ 4,33, o setembro/19 valeu US$ 4,36 e o dezembro/19 foi negociado por US$ 4,41.
Segundo análise de Bem Potter da Farm Futures, os preços do milho tiveram uma grande alta antes do feriado, crescendo mais de 4% na quarta-feira em uma grande rodada de cobertura hoje.
“Este ano, em particular, a área plantada com milho e os rendimentos serão difíceis de prever por meses. Especialmente depois que o USDA admitiu que 15 milhões de acres (6,070 milhões de hectares) não foram plantados quando sua pesquisa anual de área foi realizada”, aponta Potter.
Bryce Knorr, analista de mercado de grãos da Farm Futures, prevê que a produção chegará a 13,35 bilhões de bushels (400,5 milhões de toneladas) . “Não o suficiente para provocar uma grande alta, mas o suficiente para fazer o mercado voltar a altas recentes ou um pouco melhor”, diz.
A produção de etanol também avançou ligeiramente na semana encerrada em 28 de junho, com uma média diária de 1,081 milhão de barris. Isso foi ligeiramente à frente da contagem da semana anterior de 1.072 milhões de barris por dia. Os futuros de milho também mantiveram os futuros de etanol flutuantes hoje, com ganhos de mais de 2%.
Além disso, o mercado permanece de olho no clima dos Estados Unidos. “O tempo mais úmido está a caminho de algumas partes do Meio-Oeste e das Planícies, com grandes porções de Nebraska, Iowa e Dakota esperadas para coletar mais chuvas até a próxima segunda-feira, pelo mais recente mapa de precipitação acumulado de cinco dias da NOAA”, destacou Potter.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, afirmou que a menor área cultivada com o milho nos Estados Unidos e os índices de qualidade baixo para a safra devem manter a produção americana nesta safra menor do que o esperado. Sendo assim, a tendência do mercado do cereal é a manutenção dos bons preços.
"As lavouras estão muito ruins nesse começo de safra e o milho tem uma capacidade menor de recuperação do que a soja. Os estoques também devem ser reduzidos com este sendo o terceiro ano consecutivo de demanda global maior do que a oferta. Os preços devem trabalhar próximos aos US$ 4,80 e a situação deve permanecer parecida também para as safras 2020 e 2021", pontuou Brandalizze.
A possibilidade da China ampliar sua demanda por milho nos próximos anos também ajuda a sustentar essa ideia de manutenção das altas para o milho nos próximos anos. "A China está entrando no etanol e, no ano que vem, vai misturar 8% de etanol de milho na gasolina. Com isso a demanda por milho na China vai aumentar e o país deve se tornar um grande importador de milho", diz o analista.
Veja a íntegra da entrevista com o analista Vlamir Brandalizze.
Mercado Interno
Já no mercado físico brasileiro, a terça-feira acaba com as cotações permanecendo sem movimentações, em sua maioria. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações neste dia.
As valorizações foram percebidas em Pato Branco/PR (1,66% e preço de R$ 30,70), Ubiratã/PR e Londrina/PR (1,75% e preço de R$ 29,00), Tangará da Serra/MT (6,38% e preço de R$ 25,00) e Campo Novo do Parecis/MT (6,67% e preço de R$ 24,00).
Segundo o analista Vlamir Brandalizze, os preços no Brasil não sentiram tantos reflexos desta alta em Chicago uma vez que os compradores já estão bastante cobertos para julho e agosto, e não deve haver mais pressão de compra em curto prazo.
“A perspectiva para o mercado interno é de posições de alta para o futuro, pois a demanda deve aumentar para entregas posteriores. A tendência é de cotações registrando de estabilidade para leves altas. Vai haver demanda e, a cada semana que passar com problemas de qualidade nos EUA os compradores vão se firmar mais aqui para garantir o abastecimento”, comenta.
Outro fator que contribuiu para o reflexo da alta internacional ser pouco sentido no mercado interno, de acordo com o analista, foi a cotação do dólar nesta quarta-feira, que acabou anulando a elevação do cereal.
Café arábica dispara 400 pts nesta 4ª feira e setembro/19 vai a US$ 1,13/lb
As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta quarta-feira (03) com alta de 400 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado externo do grão repercute divulgação da oferta, câmbio e também passou por ajustes técnicos.
O vencimento setembro/19 encerrou o dia com alta de 400 pontos, a 113,65 cents/lb, o dezembro/19 anotou 117,35 cents/lb com 400 pontos de ganhos. O março/20 subiu 395 pontos, a 120,85 cents/lb e o maio/20 teve 123,00 cents/lb e 395 pontos positivos.
O mercado oscilou no dia entre máxima de 115,00 e mínima de 109,68 cents/lb, segundo dados da Investing. Depois da queda na véspera, o dia foi de ajustes técnicos nesta terça na Bolsa de Nova York, mas o câmbio e informações da oferta contribuíram.
"Os preços do café subiam nesta manhã depois que a Organização Internacional do Café (OIC) sua estimativa de superávit de café em 2018/19 para 3,11 milhões de sacas, ante uma visão anterior de 3,41 milhões de sacas", destacou o Barchart.
Em menor intensidade, operadores também seguem atentos com a previsão do tempo no Brasil e possibilidade de geadas de moderada intensidade em áreas produtoras de café. Uma massa de ar frio avança sobre o Centro-Sul e chega no Sudeste no final da semana.
"Meteorologistas chamam atenção para as baixas temperaturas que podem prejudicar culturas neste final de semana, mas a maioria acredita que as temperaturas vão cair com potencial de causar leves geadas e nada mais", diz o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
A colheita do café na área de abrangência da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) atingiu 52,64% da área até 28 de junho, segundo a entidade. Os trabalhos estão mais adiantados que nos últimos anos. Em 2018, neste período, a colheita estava em 30,22%.
Agências internacionais de notícias acrescentam que os preços do café também acompanham as oscilações do dólar ante o real. Às 15h48, o dólar comercial recuava 0,73%, cotado a R$ 3,827 na venda, acompanhando os próximos passos da reforma da Previdência.
A moeda estrangeira mais baixa ante o real desencoraja as exportações, mas em compensação pesa sobre os preços externos.
O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil reportou na segunda-feira que as exportações brasileiras de café em junho saltaram 30% de um ano para o outro, totalizando 2,80 milhões de sacas de 60 kg.
Mercado interno
O mercado brasileiro de café arábica registrou mais negócios nos últimos dias com os picos externos de alta na Bolsa de Nova York favorecendo os ganhos no físico. A queda na véspera, no entanto, derrubou as cotações internas.
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) destacou que o indicador do arábica tipo 6 teve média de R$ 422,62/saca de 60 kg, queda de quase 15% frente à da safra anterior.
"A média do arábica foi, também, a mais baixa desde a temporada 2001/02, em termos reais", destacou em nota nesta quarta-feira o centro de estudos econômicos.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Varginha (MG) com saca a R$ 480,00 e alta de 6,67%. Foi a maior no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 460,00 e valorização de 2,22%. A maior no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com alta de 3,41% e saca a R$ 455,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Varginha (MG) com saca a R$ 450,00 e alta de 3,45%. Foi a maior no dia dentre as praças.
Na terça-feira (02), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 438,08 e queda de 0,63%.
Fonte: Notícias Agrícolas
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