Publicado em: 27/11/2025 às 11:25hs
O Índice de Ruptura da Neogrid, que mede a falta de produtos nas prateleiras dos supermercados brasileiros, caiu para 11% em outubro, o menor patamar registrado em 2025. O resultado representa queda de 0,9 ponto percentual em relação a setembro e consolida o terceiro mês consecutivo de estabilidade no abastecimento nacional.
A melhora foi puxada principalmente pela redução na falta de itens essenciais, como arroz, café, feijão e azeite, que registraram quedas significativas nas taxas de ruptura. Em contrapartida, os ovos foram a única categoria com aumento de indisponibilidade no período.
De acordo com Robson Munhoz, Chief Relationship Strategist da Neogrid, a queda reflete tanto o menor volume de vendas no varejo, que reduz a rotatividade dos estoques, quanto ajustes estratégicos das redes supermercadistas.
“Os estoques estão girando mais devagar, o que naturalmente reduz a falta de produtos. Além disso, grandes supermercados estão reorganizando seus mixes e retirando itens de menor giro, um reflexo do atual momento econômico do país”, explica Munhoz.
A análise da Neogrid mostra que quatro das principais categorias de consumo diário tiveram queda na ruptura em outubro:
A categoria de ovos, por outro lado, foi a única com aumento, passando de 20,4% em setembro para 22,9% em outubro (+2,5 p.p.).
O arroz apresentou a melhor recuperação do mês, com queda de 1,7 p.p. na falta do produto, atingindo o menor nível em um ano. Os preços também recuaram:
A melhora reflete melhor equilíbrio entre oferta e demanda, após meses de oscilações no preço do grão e custos logísticos mais estáveis.
A ruptura do azeite caiu de 8,7% para 8,3%, acompanhada por redução nos preços médios:
O cenário reflete o reajuste gradual da cadeia de importação, após os altos custos logísticos e produtivos registrados em 2024.
O café teve uma das quedas mais expressivas na ruptura, passando de 7,9% para 6,6% em outubro, o menor índice dos últimos 12 meses. Apesar da melhora na disponibilidade, os preços continuam subindo:
Segundo analistas, o aumento reflete a valorização internacional do grão e custos de produção mais altos.
O feijão registrou queda de 1,2 p.p. na taxa de ruptura, passando para 5,2%, com variações nos preços conforme o tipo:
A estabilidade nas cotações demonstra oferta regular nas principais regiões produtoras.
Os ovos de galinha registraram aumento de 2,5 p.p. na ruptura, atingindo 22,9% em outubro — o maior índice do ano. A avicultura ainda sente os efeitos da crise aviária no segundo trimestre e do encarecimento das exportações após o reajuste das tarifas dos Estados Unidos em agosto.
Mesmo com o cenário desafiador, as exportações de ovos cresceram 13,6% em volume e 43,4% em receita na comparação com outubro de 2024, totalizando 2,37 mil toneladas e US$ 6,05 milhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Nos preços domésticos, houve movimentos distintos por tipo de embalagem:
O índice de ruptura mede o percentual de produtos em falta nas lojas em relação ao total de itens disponíveis. Por exemplo, se um supermercado oferece 10 marcas de água mineral e uma delas está em falta, a ruptura é de 10%.
O cálculo considera todo o mix da loja, incluindo gôndolas e estoques internos, mas não leva em conta o histórico de vendas ou o nível de demanda. O indicador é essencial para medir a eficiência do abastecimento e o impacto da falta de produtos no consumo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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