As exportações mato-grossenses encerraram o primeiro bimestre deste ano em queda em comparação a igual período do ano passado. Em janeiro e fevereiro, a receita somou pouco mais de US$ 1,79 bilhão, 14,50% inferior ao recorde histórico registrado em 2013, quando os embarques de milho, principalmente, explodiram e o faturamento somou US$ 2,10 bilhões.

Em fevereiro do ano passado, a forte demanda internacional pelo cereal fez com que os volumes físicos ultrapassem pela primeira vez a movimentação da soja, cultura que devido às fortes chuvas, demorou mais para deixar as lavouras. Desconsiderando a atipicidade dos dois primeiros meses do ano passado, os embarques atuais superam em 36% o contabilizado em 2012, quando as vendas somaram US$ 1,32 bilhão. Os dados estão disponíveis na página do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Mesmo com recuo de quase 50% na receita com embarques de milho, o cereal foi responsável por 30,90% de tudo que foi exportado no bimestre. No ano passado a receita foi de US$ 1,04 bilhão e em 2014, US$ 555,52 milhões, ou seja, uma queda financeira de 45,91%. Em volume físico, as vendas passaram de 3,78 milhões de toneladas para 2,81 milhões, quase um milhão a menos. A soja, que no período recupera a posição de ‘carro-chefe’ das exportações mato-grossenses, foi responsável por 32,37% da receita do bimestre e somou US$ 581,83, ganhou anual de 124,15% sobre o faturamento anterior de US$ 259,57 milhões. Em terceiro lugar estão os cortes bovinos que responderam por pouco mais de 10% do total negociado entre janeiro e fevereiro deste ano. Com embarques deste produto renderam à pauta local US$ 180,38 milhões, alta de 45,20% em relação ao faturamento de US$ 124,23 milhões no acumulado dos dois primeiros meses de 2013.

PAUTA – Conforme análise do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), sobre os dados do Mdic e da Secretária de Comércio Exterior (Secex), as exportações mato-grossenses de soja em grão em fevereiro, somaram recorde histórico para este mês e tiveram como principal destino a China, responsável por 79% dos embarques estaduais da oleaginosa. Esse percentual correspondente ao volume de 911,8 mil toneladas e remuneração de US$ 453 milhões.

Das exportações brasileiras com este mesmo destino, que totalizaram 2,35 milhões de toneladas, 39% foram de soja mato-grossense. O segundo principal destino foi o Reino Unido, com o maior volume já enviado por Mato Grosso para este país, de 103,9 mil toneladas, equivalente a 9% de todas as exportações do Estado nesse mês.

“O expressivo volume de exportações da soja durante fevereiro é reflexo da demanda mundial aquecida, principalmente por parte da China, que antecipou o escoamento da safra brasileira, como forma de garantir preços e bons volumes”.