Publicado em: 08/08/2025 às 10:40hs
A decisão dos Estados Unidos de excluir o suco de laranja brasileiro da nova tarifa de 50%, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, gerou um alívio imediato para uma das cadeias mais importantes do agronegócio nacional.
Segundo Leandro Avelar, CEO da JPA Agro, a medida evitou um colapso que poderia afetar não apenas a indústria, mas também milhares de produtores rurais. O suco de laranja responde por mais de 42% das exportações brasileiras para os EUA, movimentando bilhões de reais anualmente.
Além do suco de laranja, cerca de 700 produtos ficaram isentos da tarifa, entre eles fertilizantes, madeira tropical e sisal. No entanto, itens como carne bovina, frutas frescas, manga e café continuam sujeitos às tarifas, o que mantém o setor em alerta.
Avelar destaca que a presença de grandes indústrias brasileiras com operações nos EUA, como Cutrale e Citrosuco, facilitou o diálogo com o governo americano. Ainda assim, ele alerta que isso não garante estabilidade a longo prazo para o setor.
A instabilidade nas tarifas impacta principalmente pequenas e médias exportadoras, que operam com margens mais apertadas e maior vulnerabilidade. Para Avelar, o Brasil deve separar a diplomacia comercial das disputas políticas e manter negociações estratégicas com os EUA, seu segundo maior parceiro comercial.
O executivo aponta também desafios internos, como a elevada carga tributária, legislação trabalhista ineficiente e infraestrutura precária, que limitam a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado global.
Embora a exclusão do suco de laranja tenha sido uma conquista, produtos-chave como o café, que representa 17% das exportações brasileiras aos EUA, permanecem tarifados. Segundo Avelar, é essencial adotar uma articulação inteligente que garanta previsibilidade, segurança jurídica e crescimento sustentável para o setor.
“É hora de deixar o confronto de lado e negociar com inteligência. Precisamos defender nossos interesses, mas com estratégia, protegendo o comércio como um ativo nacional. O agronegócio brasileiro é vital para o mundo, e para consolidar essa posição, precisamos de segurança jurídica, previsibilidade comercial e políticas que incentivem a produtividade. Só assim o Brasil será visto como um parceiro confiável”, conclui Leandro Avelar.
Fonte: Portal do Agronegócio
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