Publicado em: 28/07/2021 às 13:50hs
Para manter o que chama de “caminho irreversível”, como o maior exportador mundial de carne de frango e um dos cinco maiores de carne suína, o ex-ministro Francisco Turra, presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), ressaltou a importância de cereais como trigo, cevada e triticale para a cadeia produtiva durante o Fórum Nacional do Milho 2021, realizado em formato online. O consumidor sentiu no bolso o alto custo de produção e as sucessivas quebras do milho nos preços das carnes de aves e suínos. “A alternativa está nas mãos de vocês'', afirmou Turra.
aves
Turra ressaltou que mesmo com a diminuição nos resultados de estados como o Rio Grande do Sul, o Brasil foi o único país a crescer na produção e exportação de proteína animal no mundo durante a pandemia. “O crescimento no Centro-Oeste mostra que o custo de produção na região Sul está encarecendo. Estamos perdendo espaço e competitividade. Os cereais de inverno surgem como grande alternativa,” destacou Turra. A meta é ambiciosa: “Queremos dobrar a produção de cereais de inverno, chegando a 5 milhões de hectares plantados nos próximos 10 anos. Isso vai aumentar em 6% o PIB do Rio Grande do Sul.”
Para isso, Turra garantiu o apoio total e irrestrito da indústria, que busca cooperativas e produtores para assumir o compromisso de compra futura dos grãos. “Queremos excedentes de qualidade para alimentação animal. Produza o melhor trigo que ele será utilizado para alimentação humana. Se não for na panificação, será nas carnes de aves e suínos. Como um apaixonado pelo agro, espero que o trigo, a cevada e o triticale ganhem notoriedade,” ressaltou Turra, destacando as múltiplas capacidades dos grãos de inverno.
Turra falou do trabalho de incentivo ao cultivo de cereais de inverno realizado desde o primeiro semestre deste ano entre Embrapa Trigo, realizadora do Fórum, ABPA e Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (FARSUL). Estudos da unidade de pesquisa científica de Passo Fundo (RS), validados pela Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia (SC) mostraram equivalência nutricional, em alguns casos de até 100%, para trigo, cevada e triticale na substituição ao milho na ração de aves e suínos — que representa 65% da composição.
O movimento conta com a participação ainda de outras entidades apoiadoras como a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (ACERGS), Yara Brasil, Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV), Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (SIPS) e Fundo de Defesa Sanitária do Estado do RS (Fundesa).
Fonte: Critério
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