Análise de Mercado

Especialista Destaca a Importância da Manutenção da Política Comercial Brasil-EUA Durante a Presidência de Trump

Valorização do dólar e impacto nas taxas de importação podem influenciar diretamente os preços da cesta básica no Brasil, alerta especialista do setor


Publicado em: 18/11/2024 às 08:30hs

Especialista Destaca a Importância da Manutenção da Política Comercial Brasil-EUA Durante a Presidência de Trump

A retomada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos traz consigo desafios e oportunidades para o comércio exterior, especialmente para o Brasil. De acordo com Gustavo Defendi, sócio-diretor da Real Cestas, empresa com mais de 20 anos de experiência no setor de cestas básicas, o impacto da gestão de Trump no equilíbrio comercial não se distorce significativamente de administrações anteriores, sejam elas republicanas ou democratas. A postura econômica e comercial dos EUA, focada em manter sua competitividade global e proteger seus interesses estratégicos, tende a permanecer pragmática, independentemente da ideologia política em questão.

Para o Brasil, que ocupa um papel importante nas exportações para os Estados Unidos, especialmente no agronegócio, a continuidade da política comercial com os EUA representa a preservação das trocas de commodities, fundamentais para a pauta exportadora nacional. "Os Estados Unidos compram uma ampla gama de produtos do Brasil, como bebidas, cacau e derivados, café, carnes de diversas origens, cereais, soja e seus derivados, açúcar, etanol, couros, fibras têxteis, frutas, pescados, entre outros", destaca Defendi.

O especialista ressalta que, apesar dos benefícios provenientes da exportação, a oscilação do dólar e as tarifas de importação de insumos e produtos essenciais para a agricultura e pecuária podem afetar os custos no Brasil. "A valorização do dólar e as taxas de importação de insumos podem aumentar os preços da cesta básica, que é essencial para grande parte da população brasileira", explica. Esse impacto ocorre especialmente nas variações de preços dos produtos alimentares, que são diretamente influenciados pelos custos logísticos e pelos insumos utilizados no processo produtivo.

Defendi acredita que, diante desse cenário, o Brasil deve adotar uma postura diplomática, mantendo uma boa relação comercial com os Estados Unidos para equilibrar os ganhos com exportações e os custos com importações. "Embora o Brasil tenha superávit no comércio agrícola com os EUA, o aumento nos custos logísticos e nos insumos pode encarecer os produtos alimentares no mercado interno. Manter um bom relacionamento comercial é essencial para mitigar esse impacto", conclui.

Por fim, o especialista enfatiza que a diplomacia deve prevalecer, destacando a importância de um diálogo contínuo e construtivo entre os dois países, especialmente em tempos de tensões comerciais globais. "Não acredito que o governo brasileiro utilizará a eleição nos EUA para causar tensões econômicas. A prioridade deve ser a manutenção de uma boa relação comercial, que traga benefícios para ambos os países", finaliza.

Fonte: Portal do Agronegócio

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