Análise de Mercado

Energia cara também é entrave para o agronegócio em Mato Grosso

Mato Grosso é um exportador líquido de energia elétrica e se revela com grande potencial de geração hidrelétrica, mas, ainda assim, apresenta gargalos na oferta de eletricidade em pontos importantes do território


Publicado em: 08/09/2014 às 16:00hs

Energia cara também é entrave para o agronegócio em Mato Grosso

De acordo com a pesquisa do projeto Pensar MT, um dos exemplo é o município de Alto Araguaia, importante protagonista na agricultura do sul mato-grossense, mas que enfrenta sérias dificuldades com a distribuição, contabilizando atualmente cerca de 270 propriedades rurais sem acesso à energia elétrica, conforme levantamentos do fórum Agro MT.

Outro problema na questão energética está relacionado ao custo de transmissão e distribuição, fato que afeta diretamente a rentabilidade dos produtores. Enquanto em Mato Grosso, o custo energético (em R$/MWh) é de 419,2, no Mato Grosso do Sul, por exemplo, é de 350,0.

Os números sinalizam o quão caro é o consumo de energia no estado, situação que, em parte, pode ser explicada pela carga tributária incidida (PIS, Cofins e ICMS). Enquanto a média brasileira alcança uma carga tributária de 31,5% sobre o custo de consumo da energia elétrica, a média estadual fica em 35,6%, o que lhe confere a segunda posição entre os Estados com maior carga tributária sobre a energia.

De acordo com a cartilha elaborada pelo Pensar-MT, além da responsabilidade pelas situações problemáticas da oferta e do custo de energia, o Estado de Mato Grosso demonstra uma carência estratégica para com esse tema. Os programas que compuseram o MT + 20 e que dizem respeito às questões energéticas nem mesmo estão refletidos no PPA (Plano Plurianual) 2012-2015, sinalizando o desalinhamento dos programas e ações em relação à estratégia energética.

Ainda nesse contexto, o Estado demonstra claras fragilidades na capacidade de gerar e coordenar estratégias alternativas, inovadoras e articuladoras de governança energética.

Questões como diversificação da matriz energética, de geração de fontes alternativas e de cogeração, que dependem de um forte envolvimento e de incentivos ao produtor rural, embora, em algumas medidas sejam discutidas, estão ainda em uma situação muito embrionária.

 

Fonte: Só Notícias/Agronotícias

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