A mesa dos brasileiros é abastecida por uma rica variedade de produtos oriundos da terra. Com uma demanda significativa por alimentos, o Brasil se destaca como um dos líderes mundiais em produtividade agropecuária, conforme apontado pelo estudo realizado pelo Economic Research Service, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), abrangendo 187 países.

Com investimento em pesquisa e adoção de práticas voltadas a produções com baixas emissões de carbono, o Brasil permanece sendo um dos países com maior crescimento no setor. Embora os vastos campos de plantação desempenhem um papel significativo nesse crescimento internacional, a produção de alimentos destinados à mesa dos brasileiros geralmente ocorre em menor escala.

De acordo com o Censo Agropecuário de 2017, o mais recente do setor, dos 5,1 milhões de estabelecimentos agrícolas existentes na época, cerca de 3,9 milhões eram pertencentes a produtores da agricultura familiar. Ou seja, aproximadamente, 77% de toda a produção era própria desse setor. Hoje, estima-se que essa categoria possui cerca de 7 milhões de estabelecimentos rurais, de acordo com dados pesquisados pela Folha.

Conforme os dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os produtores familiares são responsáveis por 70% dos alimentos consumidos no país. Além disso, eles utilizam o modelo de policultura, ou seja, a plantação de diversas espécies dentro de uma mesma área. Entre as mais cultivadas pela agricultura familiar, estão: mandioca, feijão, batata, milho, leite, entre outros. 

Diferentemente desse setor do agro já conhecido mundialmente, o conceito de agricultura familiar foi citado pela primeira vez no Estatuto da Terra, de 1964. Após isso, apenas em 2006 que o conceito ganhou diretrizes básicas mais sólidas. De acordo com as normas, para se enquadrar como produção familiar, o produtor necessita ter a posse de 5 a 110 hectares, variando de acordo com a região.

Além disso, a produção é considerada para consumo próprio, ou seja, os pequenos agricultores plantam para abastecer a comunidade e vendem o excedente da colheita. Ainda dentro desse modelo, pelo menos metade da mão de obra utilizada para produção no local precisa ser familiar. Assim como a gestão deve ser obrigatoriamente familiar e a renda é predominantemente oriunda da produção rural. 

Ainda que estudos apontem para a produção de alimentos pela agricultura familiar ser a responsável pelo abastecimento nacional, especialistas afirmam que é difícil contabilizar de forma exata essa produção. Por isso, para alguns estudiosos do setor, quem produz os alimentos que chegam à mesa é o produtor brasileiro no geral: o pequeno, médio e grande. 

Com a produção e distribuição realizada por diversos setores do agro e da agricultura familiar, a mesa dos brasileiros possui uma grande diversidade de produtos, o que, por sua vez, contribui para uma alimentação saudável da população. Além disso, a variedade de ingredientes possibilita a criação de uma vasta gama de receitas e métodos de preparo, abrangendo desde os tradicionais fogão e forno até os pratos preparados no microondas.