Publicado em: 21/08/2025 às 11:50hs
O mercado de diesel B registrou um marco histórico no primeiro semestre de 2025, com vendas totais de 32,9 milhões de m³, representando um crescimento de 2,2% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O avanço é impulsionado pelo aumento das atividades agrícolas e industriais. Bruno Cordeiro, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, ressalta: “O índice ABCR confirmou esse crescimento, mostrando um aumento de 2,2% no fluxo de veículos pesados nas principais rodovias pedagiadas em comparação ao ano anterior”.
Para o segundo semestre, a demanda por diesel B deve ser impactada por fatores sazonais e setoriais. No segmento agrícola, o final da colheita do milho safrinha e o início do plantio da soja serão determinantes. As expectativas de uma nova safra recorde de soja 2025/26 devem aumentar o transporte de insumos aos campos, principalmente no terceiro trimestre.
Por outro lado, a atividade industrial mais lenta nos últimos meses, aliada à situação das tarifas norte-americanas, pode frear o crescimento do consumo pelo setor, afetando parcialmente as vendas totais. Diante deste cenário, a StoneX revisou levemente suas projeções para 2025, reduzindo o crescimento esperado de 3% para 2,7%, estimando um total de 69,1 milhões de m³ ao longo do ano.
No primeiro semestre, o Nordeste destacou-se como a região com maior crescimento na demanda por diesel B, com 227 mil m³ adicionais, impulsionados pelo aumento das exportações agrícolas e da indústria de transformação. A StoneX ajustou a projeção da região de 1,8% para 2,1% de crescimento para o restante do ano.
As regiões Sul e Centro-Oeste apresentaram acréscimos de 173 mil m³ e 170 mil m³, respectivamente, beneficiadas pela boa safra de soja e pelo escoamento de grãos para os portos. Já o Sudeste registrou crescimento mais modesto, de 116 mil m³, devido à queda da atividade industrial, levando à redução da projeção de crescimento de 1,9% para 1,3%.
O diesel A, que inclui o biodiesel na mistura, apresentou crescimento mais contido no primeiro semestre de 2025, alcançando 28,7 milhões de m³, uma alta de 1,6% sobre o mesmo período de 2024. Segundo Cordeiro, o avanço mais moderado em relação ao diesel B se deve à maior participação do biodiesel, com o B14 em vigor desde janeiro (em 2024, o B14 começou a ser usado apenas em março, após dois meses de B12).
No segundo semestre, a introdução do B15 em agosto deve continuar limitando o crescimento do diesel fóssil. As projeções da StoneX indicam que o diesel B deve registrar alta de 3,2%, enquanto o consumo de diesel A deve crescer 1,3%, com o biodiesel ganhando maior participação no mercado.
No lado da oferta, a produção doméstica de diesel A caiu 2,6%, totalizando cerca de 23 milhões de m³. Em contrapartida, as importações cresceram 13,2%, chegando a 7,9 milhões de m³, elevando a participação das compras externas na oferta total para 25,4%, ante 22,9% no mesmo período de 2024, segundo Bruno Cordeiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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