Publicado em: 28/10/2024 às 18:20hs
No terceiro trimestre de 2024, a elevada carga tributária foi identificada como o principal desafio enfrentado pela indústria da construção, conforme revelam os dados da Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta segunda-feira (28) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Segundo o levantamento, 29,2% dos empresários do setor citaram a carga tributária como o maior obstáculo. A escassez ou o alto custo de trabalhadores qualificados e a alta taxa de juros foram mencionados como problemas igualmente significativos, com 25,4% dos entrevistados destacando essas questões.
A lista dos cinco principais problemas inclui ainda a falta ou o elevado custo de mão de obra não qualificada, citada por 22% dos industriais, e a burocracia excessiva, mencionada por 20,5%.
A insatisfação dos empresários em relação às condições financeiras das empresas aumentou, evidenciada por um índice de satisfação que caiu para 47,7 pontos, um ponto abaixo do registrado no trimestre anterior. A avaliação da lucratividade operacional também apresentou queda, atingindo 45,4 pontos, o que reflete uma percepção negativa sobre a rentabilidade.
Durante este período, os empresários notaram um aumento no preço médio de insumos e matérias-primas, com o indicador alcançando 61,3 pontos, superando a linha divisória de 50. Entretanto, a percepção de elevação nos preços foi considerada menos intensa e abrangente do que no segundo trimestre.
O índice de facilidade de acesso ao crédito apresentou uma leve melhoria, com um aumento de 1,2 ponto, alcançando 40,3 pontos. Apesar desse avanço, o indicador ainda revela desafios significativos para os empresários em obter os recursos financeiros necessários.
Em contraste, as expectativas para o futuro da indústria da construção demonstram um otimismo crescente. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção subiu 1,2 ponto em outubro, atingindo 54,5 pontos, o segundo maior patamar do indicador em 2024. Esse resultado indica que o otimismo dos empresários aumentou em relação a setembro, refletindo uma avaliação mais favorável das condições atuais e expectativas promissoras para os próximos meses.
Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, destaca que "essa alta da confiança se deve, em grande parte, às expectativas positivas para os próximos seis meses, além de uma avaliação de neutralidade das condições atuais, sem piora no desempenho das empresas ou na economia".
Em outubro, os índices de expectativa em relação ao nível de atividade, novos empreendimentos, compras de insumos e número de empregados apresentaram crescimento, todos acima da linha de 50 pontos, sinalizando previsões otimistas para o próximo semestre. Além disso, o índice de intenção de investimento na indústria da construção aumentou 2,5 pontos em comparação a setembro, alcançando 46,4 pontos, superando em 8,7 pontos a média histórica do indicador.
Por outro lado, o índice de nível de atividade do setor em setembro foi de 49,4 pontos, permanecendo abaixo da linha divisória por dois meses consecutivos. O índice referente ao número de empregados registrou 48,4 pontos, indicando uma redução no quadro de trabalhadores da indústria da construção. A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) caiu um ponto percentual, alcançando 67%, o mesmo nível de setembro de 2023, mas ainda acima da média histórica para o mês, que é de 64%.
A amostra da Sondagem Indústria da Construção contou com a participação de 322 empresas, sendo 129 de pequeno porte, 129 de médio porte e 74 de grande porte, consultadas entre os dias 1 e 10 de outubro de 2024.
Fonte: Portal do Agronegócio
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