Publicado em: 03/12/2024 às 11:40hs
O Brasil enfrenta uma crescente escassez de infraestrutura para armazenagem de grãos, com o déficit de capacidade estática de armazenamento atingindo 118 milhões de toneladas em 2023, um aumento expressivo em relação aos 83 milhões de toneladas registrados no ano anterior. O alerta é dado por Isan Rezende, presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de Mato Grosso (FEAGRO MT) e do Instituto do Agronegócio. O aumento do déficit reflete o crescimento contínuo da produção agrícola, especialmente de grãos, sem a devida expansão da infraestrutura de armazenagem.
Segundo Rezende, a falta de um planejamento estratégico eficaz tem levado à perda de produtos, prejuízos financeiros e a sobrecarga de gargalos logísticos. Esses fatores comprometem a eficiência do setor e afetam diretamente a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional. Ele enfatiza que a ausência de soluções concretas perpetua um ciclo de problemas recorrentes, prejudicando não apenas os produtores, mas também a economia do país.
Outro obstáculo significativo para os agricultores é a dificuldade em acessar linhas de financiamento adequadas. Além das altas taxas de juros e prazos incompatíveis, muitas dessas linhas exigem a hipoteca das áreas agrícolas como garantia, o que desestimula os investimentos em armazenagem. A burocracia no processo de obtenção de licenças ambientais, prévias e de operação para a construção de novos armazéns agrava ainda mais o quadro.
Rezende alerta para a necessidade urgente de tratar esses desafios como questões prioritárias para o desenvolvimento nacional. Ele defende a implementação de políticas públicas que incentivem a construção de armazéns por meio de financiamentos acessíveis, a simplificação dos processos burocráticos e a formulação de um planejamento estratégico voltado para a eficiência e sustentabilidade do agronegócio brasileiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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