Publicado em: 26/05/2025 às 19:20hs
O mais recente levantamento da consultoria DATAGRO Grãos prevê uma produção de 172 milhões de toneladas de soja na safra 2024/25, representando um aumento de 0,4% em relação à estimativa anterior (171,2 milhões de toneladas) e de 11% sobre a colheita de 2023/24, marcada por perdas significativas em diversas regiões do país.
A projeção otimista é resultado do crescimento da área plantada, estimada em 48 milhões de hectares, 4% acima do ciclo anterior (46,2 milhões de hectares), e da melhora de 7% no rendimento médio, que atinge 3.585 kg/ha. Apesar do atraso nas chuvas no Centro-Oeste, que postergou o início da semeadura, a safra se desenvolveu sob condições climáticas favoráveis, o que possibilitou uma colheita dentro da janela ideal.
As perdas ficaram concentradas no sul de Mato Grosso do Sul, oeste do Paraná e, principalmente, no Rio Grande do Sul, que enfrenta a quarta quebra consecutiva de safra. Mesmo assim, a expectativa é de um superávit de 576 mil toneladas na produção nacional — o primeiro saldo positivo após cinco anos de déficit.
A DATAGRO projeta um esmagamento interno de 57,5 milhões de toneladas, 3% acima do registrado no ano anterior, e exportações de 111 milhões de toneladas, alta de 11% sobre a temporada passada. Ainda que a demanda esteja aquecida, o excedente de oferta pode limitar valorizações expressivas nos preços do grão brasileiro.
No caso do milho, a consultoria elevou a estimativa de produção nacional para 132,7 milhões de toneladas em 2024/25, alta de 0,7% em relação à previsão anterior (131,7 milhões de toneladas) e de 8,7% frente à safra 2023/24, que somou 122,1 milhões de toneladas.
A produção da safra de verão está estimada em 25,2 milhões de toneladas, avanço de 2% sobre a safra anterior (24,7 milhões de toneladas), mesmo com uma redução de 7% na área plantada, reflexo dos baixos preços ao longo de 2024 e custos de produção instáveis. A recuperação da produtividade, que chegou a 6.608 kg/ha, 9% acima do ciclo anterior, impulsionou esse crescimento.
O milho de inverno, responsável por 81% da produção nacional, tem previsão de alcançar 107,5 milhões de toneladas, volume próximo ao recorde de 108,6 milhões registrado em 2022/23 e superior às 87,5 milhões de toneladas colhidas em 2023/24, prejudicada pela estiagem em importantes regiões produtoras.
Neste ciclo, a produtividade esperada é de 5.957 kg/ha, a maior já registrada para lavouras de inverno no Brasil, superando em 7% o rendimento do ciclo anterior. A área plantada está estimada em 18 milhões de hectares, 4% acima da safra passada.
Apesar da forte recuperação produtiva, a demanda deverá superar a oferta em 2,3 milhões de toneladas, representando o quinto déficit consecutivo no mercado brasileiro de milho. No entanto, o desequilíbrio é menos severo que o do ciclo anterior, que registrou déficit de 4,8 milhões de toneladas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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